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Investigar acidentes e prevenir
novos erros permite
Voar em segurança
POR DANIELA MALHEIRO
A
sexta palestra do "Primavera 2000" de Engenharia Aeronáutica
foi até agora o encontro que maior assistência reuniu.
Mostrar os êxitos e acidentes do sector aeronáutico
foi uma forma de reflectir e apresentar novas formas de prevenção
para o futuro. Um ponto de interesse para os alunos presentes
como futuros engenheiros a operar no sector.
"Segurança de voo"
foi tema de mais um encontro do ciclo de palestras "Primavera
2000" dedicadas à Engenharia Aeronáutica da
UBI. Jorge Reis Silva, assistente do departamento de Ciências
Aeroespaciais, e o Engenheiro Lima da Silva, do INAC, foram os
oradores desta tarde dedicada ao sector aeronáutico, líder
de preferências nos meios de transporte de escala universal.
Barcos, helicópteros e aviões foram os meios de
transporte escolhidos para exemplificar e falar das várias
situações.
O historial das várias companhias, e a forma como foram
evoluindo foi a primeira apresentação. "É
importante mostrar como tudo foi acontecendo dentro do sistema
aeronáutico", refere Jorge Reis Silva. O sector aéreo,
ao ser o mais requisitado pela sua maior rapidez e capacidade
de deslocação, foi logicamente o ponto mais discutido
durante toda a palestra. Ao falar de segurança de voo
foram citados os acidentes de aviação como factor
de instabilidade de todo o sistema aéreo.
Imagens de horror
E porque nem tudo são
êxitos, os acidentes são sempre o "calcanhar
de Aquiles" das várias companhias aéreas.
Disfarçados ou minimizados, certo é que qualquer
acidente aéreo é "motivo de pânico só
de ouvir falar".
Os acidentes de aviação e tudo o que foi estando
na sua origem ao longo dos tempos foi uma forma de reflectir
e pensar novas estratégias de prevenção
para o futuro.
Imagens de vídeo da Direcção de Serviços
de Formação Profissional da TAP AIR Portugal foram
passando, e mostraram as tragédias aéreas que mais
marcaram os últimos anos. Imagens de horror, algumas delas
muito recentes, mas que ajudam a perceber a dimensão das
catástrofes e a maneira como podem ser evitadas no futuro.
Lima da Silva sublinhou por diversas vezes "a necessidade
de regulamentar para não haver desastres".
Erro humano na origem dos
acidentes
Os vários gráficos
que foram apresentados sobre as horas de voo, a evolução
do número de aeronaves, e o número de vítimas,
mostraram a relação "fatal" que existe
entre estes vários factores. A TAP-AIR Portugal é
a companhia que maiores números apresenta nestes sectores.
Estas estatísticas serviram sobretudo para mostrar que
tudo tem de existir no meio termo, caso contrário "os
acidentes acabam por acontecer mais cedo ou mais tarde".
Há já programas elaborados para melhorar recursos
humanos e técnicos. Por exemplo "os factores humanos
são importantes para melhorar o diálogo entre tripulantes".
Ficou também esclarecido que muitas horas de voo na escala
se serviço dos pilotos têm estado na origem de vários
acidentes. O erro humano causa a maior parte dos acidentes. Falta
de descanso, stress e pressão profissional "não
dignificam em nada o trabalho dos pilotos, pelo contrário,
os erros vão sucedendo, e um dia acabam por ser fatais",
tal como foi explicando por Lima da Silva. O objectivo foi mostrar
que a segurança de voo só é possível
com a diminuição dos acidentes, tendo em conta
melhores condições de trabalho e a optimização
de todos os recursos disponíveis.
Por fim, falou-se da investigação, que é
obrigatoriamente feita depois de cada acidente para se determinarem
causas e evitar novas situações do tipo. Uma forma
de se saber como se procede habitualmente em relação
a acidentes, prevenção, novos regulamentos e evoluções
tecnológicas.
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