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Dezenas de pessoas lesadas
"Astróloga"
condenada
a nove anos e meio de prisão
O Tribunal Judicial de
Castelo Branco deu como provados cinco crimes de burla. Uma "brincadeira"
que rendeu a Soraya Martins a prisão e a expulsão
do País.
Soraya Martins, conhecida em
Castelo Branco como D. Marta, foi condenada pelo Tribunal Judicial
da cidade a nove anos e seis meses de prisão. O órgão
judicial deu como provados cinco crimes de burla, concluindo
que a arguida explorava a fragilidade emocional das pessoas que
recorriam aos seus serviços.
Durante as consultas, Soraya convencia os clientes que poderia
solucionar os seus problemas de saúde e emocionais, pedindo
em troca objectos de ouro e elevadas quantias em dinheiro.
Soraya Martins foi condenada devido a factos que remontam a Agosto
de 1998, altura em que a "astróloga" se instalou
na cidade albicastrense. D. Marta mandou imprimir e distribuir
panfletos, informando a população da abertura do
seu "consultório", no qual prometia solução
para mau olhado, inveja, falta de emprego e problemas de saúde.
Expulsão do País
Durante um mês, foram muitas
as pessoas que lhe solicitaram a resolução dos
seus problemas. Um dos clientes recorda que despendeu, na primeira
consulta, 140 mil escudos, e 31 mil nas visitas seguintes. Durante
o julgamento, uma outra cliente revelou também ter pago
cinco mil escudos pela consulta, a que se seguiu o desembolso
de mais 1500 contos em dinheiro e vários objectos em ouro.
Pouco tempo depois, Soraya Martins desaparece de Castelo Branco,
levando consigo quase 35 mil contos em dinheiro e alguns objectos
em ouro. A arguida dispõe agora de 90 dias para devolver
os valores às vítimas. Caso esta decisão
seja acatada, a pena será reduzida a um ano e meio.
A juntar à prisão, os juízes decidiram ainda
condenar a aguida à expulsão do País após
o cumprimento da pena. A advogada das pessoas lesadas, Teresinha
Chaleira, declarou no final que foi feita justiça, acreditando
que o juíz aplicou a pena adequada.
NC / Urbi et Orbi
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