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Rádio Altitude
Transferência de
Alvará
aguarda decisão final
POR HELDER SEQUEIRA*
Directores e trabalhadores
desconhecem qual o destino da emissora. A Comissão Liquidatária
do Sanatório Sousa Martins deve apresentar novo pedido
de alvará.
O futuro da Rádio Altitude
[RA] continua por definir. É sobre este assunto que a
Comissão Liquidatária do Centro Educacional e Recuperador
dos Internados no Sanatório Sousa Martins, entidade a
quem pertencia a titularidade do alvará de radiodifusão
sonora, vai debruçar-se na reunião do próximo
dia 25.
Na última semana, a Alta Autoridade para a Comunicação
Social (AACS) indeferiu o pedido de transferência, formulado
por aquela Comissão, do alvará da RA para a "Jornalistas
Associados - Cooperativa de Informação, CRL",
que ficou classificada em primeiro lugar entre os cinco concorrentes
á consulta pública efectuada. O processo é
assim remetido para a Comissão Liquidatária, que
deve apresentar um novo pedido face ao desenlace do processo.
Recorde-se que a AACS deliberou, por unanimidade, em 15 de Março,
considerar que não estavam "reunidas as condições
para autorizar" a transmissão do alvará da
RA. Esta decisão foi fundamentada na "insuficiência
do projecto submetido a concurso, no capítulo de instalações".
Na referida deliberação, a Alta Autoridade para
a Comunicação Social sublinha que "não
pode considerar o que se encontra exposto no processo de candidatura
dos Jornalistas Associados no que respeita ao capítulo
das instalações - aspecto que necessariamente condiciona"
a decisão que foi chamada a proferir.
Terrenos geram controvérsia
De acordo com a deliberação
da AACS, a utilização do terreno cedido pela Câmara
Municipal da Guarda para a Cooperativa de Jornalistas, para ali
instalarem os estúdios da Rádio, "traduzir-se-ía
numa violação" ao disposto no artigo 3º
da Lei da Rádio, "por consubstanciar um financiamento
à actividade de radiodifusão por parte de uma autarquia
local".
Uma interpretação que a direcção
da Cooperativa de jornalistas contesta. Segundo o presidente
do organismo, Fausto Coutinho, foi pedida a cedência gratuita
de um terreno. E acrescenta: "A Câmara não
decidiu a cedência gratuita desse terreno mas sim a cedência
do direito de superfície do terreno". Assim, e na
sua perspectiva, "a cedência do direito de superfície
de um terreno não configura qualquer financiamento".
Perante a decisão da AACS, renasce o optimismo na sociedade
"Radialtitude", de que fazem parte Gabriel Correia,
actual director da RA, José Luís de Almeida, gerente
da empresa Joalto, e nove dos trabalhadores do actual quadro
da estação. "Para além de outros argumentos,
sempre considerámos que a polémica cedência
de terrenos municipais constituía uma grave violação
à Lei da Rádio, que proíbe qualquer financiamento
à actividade de radiodifusão por parte das autarquias",
afirma Gabriel Correia.
Ainda segundo este responsável, a sociedade "Radialtitude"
entrou na "corrida para ganhar por mérito próprio.
Sem padrinhos". Esta sociedade, recorde-se, ficou classificada
em segundo lugar na consulta pública relativa ao processo
de transferência do alvará da Rádio Altitude.
*NC / Urbi et Orbi
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