Maior edifício da UBI
é inaugurado no dia 8
A verdadeira
Escola de Engenharia
POR SÉRGIO FELIZARDO*
Chama-se Edifício
II e vem completar aquilo que será a futura Faculdade
de Ciências da Engenharia. Construído de raiz no
local onde, durante largos anos, funcionou a Empresa Transformadora
de Lãs, vai albergar três departamentos e equipamentos
tecnológicos inovadores. Uma "obra-prima" que,
dizem os responsáveis, pode projectar mais alto o nome
e o prestigio da Universidade da Beira Interior. O vice-reitor
da instituição leva-nos a conhecer o novo espaço.
É a maior obra alguma
vez feita pela Universidade da Beira Interior (UBI) e está
praticamente concluída. Erguido por detrás da fachada
da antiga Empresa Transformadora de Lãs, junto à
Igreja de Nossa Senhora de Fátima, o Edifício II,
do que será, em breve, a Faculdade de Ciências da
Engenharia, é um "primor" arquitectónico.
Mais de 11 mil metros quadrados de área bruta e quase
oito mil de área útil. Corredores largos, salas
de aulas dimensionadas para um ensino mais equilibrado e pedagógico,
laboratórios modernos e equipados com tecnologia de ponta,
espaços de lazer e muita luz natural, são algumas
das principais características do novo complexo. Tudo
construído de raiz, a pensar na utilização
final. Ou seja, a pensar nos alunos e, claro, nos docentes.
Luís Carrilho, vice-reitor e responsável pela área
das engenharias, acredita que este é o caminho a percorrer,
no sentido de projectar, definitivamente, a UBI como um estabelecimento
de ensino onde a qualidade é a "regra de ouro".
"Em termos de Ciências da Engenharia, com a ligação
entre o novo Pólo e o Edifício I, a funcionar desde
há três anos, ficamos com a possibilidade de instalar
e albergar todos os cursos numa área global com cerca
de 18 mil metros quadrados (mais de 12 mil de área útil).
O Edifício II vai, assim, albergar parte do departamento
de Electromecânica (onde funciona a Mecânica, Electrotécnica,
Electromecânica e Engenharia de Produção),
Engenharia Civil três especializações) e
Engenharia Aeronáutica", realça Luís
Carrilho.
Áreas que, de um modo geral, exigem muito espaço
e equipamentos laboratoriais com dimensões que não
são as mais convencionais: "Se quiséssemos
introduzir muitas das máquinas no actual Polo principal
da Universidade, teríamos muitas dúvidas em fazê-lo.
Não só em termos de dimensão física
de muitas delas, como também do impacto que o próprio
peso causaria nas estruturas".
"Atrair novos alunos
é essencial"
Desenhado pelo arquitecto Carlos Loureiro, responsável
pelo projecto da Faculdade de Ciências do Porto, o Edifício
II foi adjudicado por mais de um milhão de contos e tem
inauguração prevista para o próximo dia
8.
A sua entrada em pleno funcionamento, no entanto, só deverá
acontecer no inicio do próximo ano lectivo, em Setembro.
"Em Julho começam as mudanças", assegura
o vice-reitor.
Mudanças que, para Luís Carrilho, significam o
começo de uma vida nova. Não apenas para os cursos
em causa, mas para a própria instituição.
A aposta é melhorar a qualidade de ensino e atrair cada
vez mais alunos. Sem "varinhas mágicas" que
alterem as coisas de um momento para o outro, o caminho a percorrer
passa, como explica Carrilho, por "várias aproximações":
"Mudar o sistema estabelecido, implica toda uma nova cultura
de ensino superior e uma auto-avaliação rigorosa.
Alunos e docentes têm de procurar sempre mais".
O Edifício II é, todo ele, dirigido para esses
fins, nomeadamente para atrair os novos estudantes. "Temos
feito muito marketing da instituição nos últimos
anos, com a ideia-chave, de que a UBI é uma "universidade
real". Isto no sentido de que possui as instalações,
os recursos humanos e as infra-estruturas essenciais para que
o ensino seja óptimo", sublinha o vice-reitor. O
espaço reservado aos Núcleos, as salas de estudo,
os dois bares (um para alunos, outro para docentes), a sala de
exposições, ou a zona reservada para os gabinetes
de docentes e orgãos directivos, assim o confirmam. Nada
foi feito ao acaso. "O que o Edifício II tem de mais
inovador é, precisamente, o facto de, em termos de projecto,
cumprir exactamente o programa preliminar por nós traçado.
Há objectivos gerais e é em função
destes que depois se definem os objectivos específicos,
isto é, as finalidades de determinados espaços
e onde se localizam na planta consoante as funções
para que vão ser utilizados", confirma Luís
Carrilho. Um exemplo são os laboratórios ligados
à Geotecnia, à Geologia e à Mineralogia:
"São áreas passíveis de ganhar muita
sujidade e necessitam de estar próximos da rua, por isso
estão instalados nos pisos mais baixos, com acesso directo
ao exterior, junto à Ribeira da Degoldra".
Laboratórios triplicam
Em Março, durante uma visita que efectuou às obras,
o Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Francisco Sousa
Soares, definiu o Edifício II como "uma verdadeira
Escola de Engenharia".
"Trabalhamos para isso mesmo", diz Luís Carrilho,
visivelmente orgulhoso com as capacidades técnicas que,
neste momento, algumas dezenas de profissionais "arrumam"
nos locais pré-definidos. Tudo estudado ao pormenor para
uma total rentabilização: "Com este Edifício
concluído triplicamos o número de laboratórios.
Na Engenharia Aeronáutica, por exemplo, tínhamos
tudo concentrado num mesmo sítio. Agora podemos separar
as águas". Realizar testes e ensaios em sistemas
reais é uma das possibilidades abertas. O Túnel
de Vento parcialmente instalado no Pólo I, passa definitivamente
para um laboratório com mais de 460 metros quadrados e
pode, finalmente, ser explorado na sua totalidade.
No campo da Engenharia Civil as novidades são, também,
"apetecíveis". "Vamos ter um Canal Hidráulico,
construído de raiz, de grandes dimensões, onde
poderemos fazer tudo o que seja experimentação.
Desde simular praias, cursos de água, ou instalações
dentro de zonas bordejadas por rios, até testes de materiais,
barragens e estruturas de pontes. Além disso, podemos
também contar com um Laboratório de Estruturas
em que se poderão fazer todo o tipo de ensaios de vigas,
betão armado, ou blocos de cimento", revela o responsável.
A prestação de serviços à comunidade
é outro dos vectores que pode sofrer um forte desenvolvimento
com a entrada em funcionamento do Edifício II. Luís
Carrilho considera que, apesar de já existir uma forte
ligação com os Serviços Técnicos
da Câmara Municipal da Covilhã, nomeadamente na
área da Geotécnia (aterros e outras movimentações
de terras), as actuais instalações não permitem
uma maior dinâmica. "A partir de Setembro, julgo que
a prestação deste tipo de serviços à
autarquia será cada vez mais inevitável e essencial.
Esse é, obviamente, um ponto de total interesse para nós
e para a população", remata.
*NC / Urbi et Orbi |