Saídas profissionais
Nesta palestra, o objectivo
foi estabelecer uma conversa séria, mas muito amena, relativamente
às saídas profissionais e ao futuro dos jovens
licenciados na área de química industrial. Estiveram
presentes o vice-reitor da UBI, o presidente do departamento
de Química e três antigos alunos de Química
já colocados no mercado de trabalho.
Segundo Mário Raposo,
"uma Universidade além de ensinar deve ajudar os
alunos, orientando-os para o mundo do trabalho. É o que
se passa relativamente aos estágios. No entanto, acaba
por ser uma ajuda e não uma garantia".
Na medida dos possíveis, a UBI tem cumprido esta missão,
e "de ano para ano o número de estágios tem
vindo a aumentar, não só na área da Química,
mas em todas as áreas" - refere aquele responsável.
A competitividade é, contudo, cada vez maior e, segundo
o vice-reitor, " é o desempenho dos alunos que irá
ditar a abertura ou não das empresas relativamente a uma
aceitação".
O fundamental é não esquecer a humildade. "Os
licenciados devem possuir humildade, esforço e dedicação.
Caso contrário, será difícil a inserção
no mercado de trabalho, principalmente no que diz respeito às
relações humanas".
O presidente do Departamento de Química, João Queirós,
afirma que "nos dias que correm, um dos factores essenciais
na avaliação de uma Universidade é não
apenas o número de licenciados que saem todos os anos,
mas também o número de colocações
efectivas no mercado".
Mão-de-obra barata
Uma das questões levantada,
relativamente aos estágios profissionais, foi o de estes
serem, muitas vezes, apenas uma fonte de "mão-de-obra
barata" para as empresas. A isto, Mário Raposo responde:
"Essa classificação deve-se ao grande número
de licenciados que vão para o mundo do trabalho. O estágio
é o primeiro contacto com o mercado, mas não é
uma garantia. A ideia de trabalho para toda a vida já
foi ultrapassada e as estatísticas revelam que nos países
desenvolvidos as pessoas passam por uma média de 12 empregos
ao longo das suas vidas". No entanto, o vice-reitor chama
a atenção para o poder de argumentação
e persuasão: "O licenciado, quando vai para uma empresa,
deve saber argumentar com ela, de forma a que possa entrar numa
negociação". Toda a experiência é
fundamental, pois "lá fora pede-se não o conhecimento
teórico mas a aplicação desse a casos concretos,
da vida real".
Os licenciados em Química, segundo Mário Raposo,
"normalmente conseguem adaptar-se bem ao mercado, e não
têm havido problemas de maior".
Projectos na UBI ou nas empresas?
Outra das questões colocadas
foi a de saber qual a melhor opção: realizar o
projecto dentro da universidade ou não. Segundo João
Queirós, "a investigação cientifica
fica melhor consolidada se o projecto for realizado com o acompanhamento
da Universidade. Porém, é uma boa questão,
mas nada pode ser feito sem que tudo esteja perfeitamente estruturado
e esquematizado".
Segundo Mário Raposo, " o projecto faz parte do último
ano do curso. O estágio é extra-curricular".
Rui Rocha, licenciado em Química Industrial, refere que
o projecto na Universidade é algo que promove conhecimentos.
No entanto, fazê-lo nas empresas poderia ser uma mais valia,
desde que " a UBI garantisse acompanhamento nas empresas,
pois se forem os alunos a escolhê-las podem pôr em
risco as suas próprias licenciaturas".
João Vaz, também licenciado, defende que "
o projecto de investigação feito numa empresa é
muito complicado. Seria melhor ocupar-se das coisas consoante
elas se desenvolvem - cada coisa ao seu devido tempo".
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