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Tecnologias ambientais e co-incineração

Nesta palestra, que girava à volta dos problemas ambientais, foram oradores o presidente do Instituto Português dos Resíduos (IPR), Lobato Faria, e o presidente da Assembleia Geral da Quercus, João Gabriel. A principal questão foi determinar se a co-incineração é, de facto, a única e melhor alternativa aos problemas existentes.

Segundo Lobato Faria, "é fundamental preservar o ambiente, minimizando os impactos negativos e aproveitando-os para a criação de novas forças". Esta medida passa, assim, por uma gestão sustentada de recursos e resíduos, "gestão que terá de combinar de forma óptima as vertentes ambientais, sociais e económicas da sociedade".
Seria ideal que os produtos pudessem ser reutilizados: " Se os produtos voltassem a ser utilizados, quer por reciclagem, quer por utilização como combustível, quer por outro método qualquer, eles poderiam entrar novamente no sistema económico, sendo bom para todos nós e para a nossa sociedade. Esta ideia é uma utopia, mas não tanto quanto isso, pois é nela que reside o princípio de todo o desenvolvimento sustentado".
O presidente do IPR aponta, assim, algumas soluções. Quanto aos resíduos urbanos, garante que " o objectivo é encerrar todas as lixeiras até ao fim do ano 2000, objectivo esse que tem vindo a ser conseguido na sua grande maioria". Para os resíduos industriais não perigosos, a solução reside "em entregá-los a grupos económicos privados que façam a gestão do aterro". Já nos perigosos, segundo Lobato Faria, a melhor opção é a co-incineração, ou seja, "o aproveitamento dos resíduos para combustível das indústrias cimenteiras". Este método é empregue em vários sítios da Europa e representa mesmo uma valorização que se enquadra perfeitamente na gestão sustentada. Porém, " as questões ambientais não podem ser individualizadas ou defendidas por uma só pessoa. É a reunião dos diversos actores que poderá dar origem à aplicação deste princípio".

Alternativas existem

Contrapondo a posição de Lobato Faria, o presidente da assembleia Geral da Quercus, João Gabriel, refere que a co-incineração não é, de modo algum, a melhor alternativa: "Antes desta, encontram-se a redução e a reutilização, bem como a reciclagem, vindo a co-incineração por último relativamente às primeiras". Ainda segundo aquele ecologista, " o mais curioso é que no papel a hierarquia é esta, mas quando se trata de passar à prática é a co-incineração que vence, considerada como a melhor saída".
As outras alternativas são "social e economicamente viáveis para a sociedade", enquanto a co-incineração envolve toda uma conjuntura de problemas, nomeadamente a proximidade em relação às habitações, entre outros.
O presidente afirma que "a Quercus é contra a co-incineração, nos termos actuais em que se encontra, e só é passível de aceitá-la quando ela for aplicada consoante o seu devido lugar".

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