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A Revolta dos Engenheiros

POR SARA TELMA DOS SANTOS LOPES

Além de se sentirem insatisfeitos e prejudicados com as falhas do actual sistema educativo, alguns estudantes do pólo I da Universidade da Beira Interior, devido a um regime de faltas rigoroso, viram-se impedidos de manifestar a sua revolta, não podendo aderir à greve. Já zangados com o sistema, sentiram-se injustiçados por não poderem exercer um direito que lhes assiste.

A Associação Académica da Universidade da Beira Interior aderiu a mais uma greve convocada a nível nacional. No passado dia cinco deste mês, com o objectivo de fazer valer a sua voz contra o que está mal na nossa educação, a AAUBI organizou um dia de protestos que contou com a adesão da grande maioria dos estudantes.
No pólo I da Universidade da Beira Interior, algumas das portas principais foram fechadas com cadeados, querendo transmitir uma imagem simbólica da real revolta estudantil. Os corredores e as salas de aulas ficaram mais vazios que o habitual, e poucos foram os alunos que se dirigiram à universidade para assistir às suas aulas.
Os estudantes da UBI, insatisfeitos e revoltados reclamam os seus direitos queixando-se dos mais variados problemas. As já tão faladas propinas, "a má qualidade dos docentes, as más condições da universidade" foram alguns dos queixumes de uma extensa lista: "O lugar de muitos professores é lá fora...". Esta aluna da universidade da Beira Interior diz que "muita coisa está mal... toda a gente diz que está mal, os professores, o Governo, os políticos... mas ninguém faz nada".
Apesar de, para muitos estudantes este ter sido um dia de luta, alguns deles tiveram de esquecer as correntes e os cadeados, e viver um dia normal. Pois com receio de serem prejudicados, os estudantes de Engenharias, não poderam faltar a determinadas aulas, dado que frequentam disciplinas onde funciona um regime de bónus e faltas que os pode levar a uma reprovação: "Em laboratórios não podemos faltar, senão ficamos logo chumbados", explicavam.
Estes estudantes apontam o dedo para a falta de tolerância dos seus docentes queixando-se da falta de diálogo: "Com uns professores dá para falar, com outros não".

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