Planeamento e Estrutura
do Hospital da Cova da Beira
Os oradores foram Noronha da Câmara, professor do Instituto
Superior Técnico de Lisboa e projectista da obra e o Eng.
Cubertino, responsável pela fase de construção
da mesma, ambos ligados à empresa que concebeu, projectou
e construiu o hospital: Teixeira Duarte, S.A..
A palestra iniciou-se com o testemunho de Noronha da Câmara,
que realizou o projecto e resolveu os problemas da estrutura
e do custo da obra. "Este foi um projecto de concepção
e construção muito difícil e demorado, por
ser uma obra de grande envergadura". Depois de explicar,
pormenorizadamente, cada passo da fase do projecto, o projectista
alertou os alunos de Engenharia Civil, possíveis interessados
na área de estruturas, para as dificuldades desta. "É
uma área muito interessante, mas requer muita responsabilidade
e atenção, pois é dela que depende a qualidade
da obra". Deixado o recado, o Eng. Cubertino passou a explicar,
cronologicamente, todos os passos até à construção
do edifício, expondo fotografias demonstrativas dessa
fase, para que todos compreendessem na "prática"
do que estava a falar. Assim, referiu, sobretudo as dificuldades
encontradas no espaço. Problemas como: pouco terreno expropriado
pelo proprietário "para fazer uma obra deste tamanho";
terreno muito rochoso; desnivelamento do espaço e abundância
excessiva de água, devido às nascentes e minas
encontradas; neve durante uma semana, entre outros, levaram a
que "nós tivéssemos mais atenção
e cuidados na construção do hospital", recorda
o engenheiro.
Contudo, estas não foram as únicas dificuldades.
A falta de laboratórios, de máquinas e de mão
de obra foram as mais preocupantes, "uma vez que, nesse
ano (1995) tudo se direccionava para a Expo98 e para a Ponte
Vasco da Gama". Quanto aos laboratórios, foi pedida
ajuda à UBI, mas como refere João Paulo Gomes,
"ainda não estávamos muito apetrechados. Havia
uma máquina acabada de chegar e que, por isso não
tínhamos muita experiência, e as prensas não
estavam homologadas" e garante que "hoje já
teríamos capacidade". Visto isto, a Teixeira Duarte,
S.A. contou com a ajuda da Universidade do Porto e dos técnicos
do Túnel da Gardunha na prestação dos serviços
laboratoriais.
Depois de duas horas e meia de "interessante exposição",
como lhe chamaram os numerosos alunos presentes, as dúvidas
surgiram e as questões colocadas foram muitas. Como diz
Carlos Alberto, aluno do 5º ano de Engenharia Civil, "é
uma temática muito importante, porque é uma obra
que está perto de nós e quando passarmos por lá,
já sabemos como foi construída".
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