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Estágios Internacionais
Ir para Fora com a AISEC

POR CRISTINA MENDES E SANDRA CUNHA

Decorrem até ao próximo dia 13 as inscrições para o Programa Internacional de Intercâmbio de Estágios promovido pela Associação Internacional de Estudantes das Ciências Sociais e Económicas (AISEC). Os universitários pré-finalistas e finalistas, podem, assim, candidatar-se a uma experiência profissional remunerada no estrangeiro. A chegada da AISEC a Moçambique é uma das novidades que a presidente, Nélia Belo, revelou ao Urbi et Orbi.

Está aí mais uma edição do Programa Internacional de Intercâmbio de Estágios (PIIE), promovido pela AISEC. É uma oportunidade de todos os jovens pré-finalistas, finalistas e licenciados, há dois anos no máximo, estagiarem no estrangeiro, junto de uma empresa ou de uma organização não governamental.
O primeiro tipo de estágio é remunerado, enquanto o segundo é voluntário, mas realizam-se ambos num dos 85 países onde a Associação está representada. As inscrições podem ser realizadas no Pólo I, IV e sede da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI), nas instalações da AISEC.
Com esta iniciativa " pretendemos que os estudantes desta zona conheçam uma realidade cultural, social e empresarial diferente da nossa e alarguem os seus horizontes" diz Rui Pacheco, membro da direcção da AISEC na Covilhã. O processo de selecção dos candidatos inscritos passa pela avaliação do seu nível de conhecimento de línguas estrangeiras, testes psicotécnicos e entrevistas pessoais. Todas as informações recolhidas são depois introduzidas no programa INSIGHT, " um avançado programa online que cruza todos os dados fornecidos pelo aluno com as necessidades das empresas de forma a encontrar o estágio perfeito", esclarece Rui Pacheco.
Todos os estudantes seleccionados são acompanhados pelas estruturas de apoio da AISEC, que incluem informação sobre o país e empresa onde se vai realizar o estágio, e contacto com estagiários que já terminaram o seu estágio ou o estão a realizar em Portugal. Rui Pacheco refere também que "antes de cá chegarem, os estudantes já conhecem a Região toda" .
A duração do estágio varia entre dois a dezoito meses, à escolha do candidato. Se este for de cariz voluntário todas as despesas serão suportadas pelos estudantes, se for remunerado, só as viagens de ida e volta lhes saem do bolso, "uma vez que lá têm acesso a um salário, que depende do nível de vida da cidade de acolhimento, mas que é suficiente para sobreviver"- salienta ainda aquele responsável.

Aberta a todos os cursos

A Associação da AISEC é habitualmente mais procurada pelos estudantes de Gestão, todavia, afirma-se aberta a todos os cursos, sem excepção. Existem sectores específicos para a Sociologia, para as Engenharias e Informáticas, bem como, para a Comunicação. Actualmente, têm-se dedicado essencialmente às engenharias por ser o ramo de actividade mais requisitado pelas empresas dos 85 países onde a associação está representada. A comunicação é também um ramo em expansão, sobretudo após o estágio francamente positivo do aluno recém chegado dos Estados Unidos.

Portugueses muito activos

Criada inicialmente para ajudar na reconstrução da Europa do pós-guerra, a AISEC espalhou-se posteriormente pelo Mundo inteiro. No entanto, Nélia Belo refere que actualmente continua a haver ajuda, mas num plano diferente; " hoje o objectivo é ajudar os jovens, visto que eles são o futuro da Europa e do Mundo. Por outro lado, há todo um desenvolvimento profissional e pessoal que juntamente com as amizades efectuadas ao longo da estadia ensina a respeitar o indivíduo, fomenta a paz e a não destruição."
A nível profissional, o balanço é positivo, permitindo que após o estágio mais portas se abram a quem tem precisamente mais experiência. Nélia Belo salienta também que "nas reuniões internacionais os portugueses têm a característica de serem muito activos."
Mas nem tudo são rosas na vida de uma Associação com esta dimensão. A AISEC teve vários ciclos de vida: no início dedicaram-se bastante ao desenvolvimento do turismo da região através do programa "Sinergias Transfronteiriças". As dificuldades económicas foram crescendo e agora dedicam-se acima de tudo aos estágios internacionais. " Para se conseguir sucesso gasta-se muito dinheiro em telefone, fax, computadores, impressoras entre outras coisa e as empresas nem sempre têm um open mind para nos apoiarem"- acrescenta.

De malas feitas para Moçambique

Aquilo que faz mover esta organização apolítica e sem fins lucrativos é "o sentimento de ter uma família lá fora e o prazer de se relacionarem com muitas pessoas". Este sentimento não é esquecido sobretudo em situações de conflito, como a Jugoslávia e Moçambique.
"Há uma preocupação constante, visto sermos parte integrante do Mundo inteiro" - diz Nélia Belo com alguma emoção.
Para Moçambique partiu já uma delegação de estudantes portugueses, membros da AISEC, e em Outubro partirá a segunda. O objectivo é trabalhar no terreno, pedir apoios de modo a que sejam lançadas as bases da AISEC naquele país. Tudo isto sempre em nome de um bem comum, o desenvolvimento.






 
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