Teleconsulta entre Lisboa
e Coimbra facilita Cardiologia Pediátrica
Consultas em directo
Os médicos dos serviços de Cardiologia Pediátrica
do Hospital Pediátrico de Coimbra e do Hospital de Santa
Marta de Lisboa já podem trocar impressões sobre
os casos mais complexos, através do sistema de teleconsulta.
Esta parceria constitui um marco para a teleconsulta de Cardiologia
Pediátrica, dado que estabelece pela primeira vez uma
ligação entre dois serviços centrais, afirmou
à Agência Lusa Eduardo Castela, do Hospital Pediátrico
de Coimbra.
As sessões conjuntas de teleconsulta de Cardiologia Pediátrica
tiveram início na semana passada, com a apresentação
e discussão de dois casos clínicos, e vão
realizar-se todas as quintas-feiras "e quando se justificar".
Para o responsável da teleconsulta de Cardiologia Pediátrica
da unidade hospitalar de Coimbra, as vantagens são muitas:
"Até aqui tinha de me deslocar com radiografias,
ecocardiografias e cassetes até aos meus colegas para
saber a sua opinião, ou então mandava os próprios
miúdos e as grávidas, e agora tenho uma consulta
em directo em que posso saber o que quero".
A nova ligação tem o apoio da Portugal Telecom
Inovação, que disponibiliza
gratuitamente o equipamento e a ligação das duas
instituições.
Desde há dois anos que, ininterruptamente, a teleconsulta
de Cardiologia
Pediátrica está ligada ao serviço de Pediatria
do Hospital de Santo André (Leiria) e à Maternidade
Júlio Dinis (Porto), período em que foram observados
mais de 450 doentes.
Telemedicina: uma forma de
ensinar
No que respeita ao hospital de
Leiria, é realizada teleconsulta uma vez por
semana (brevemente passará a ser às quintas e sextas-feiras),
o que, segundo Eduardo Castela, "permite que as crianças
de Alcobaça, Nazaré e Marinha Grande não
tenham de se deslocar (para Coimbra) e sujeitar-se às
bichas e a uma lista de espera para a consulta".
"É um sistema muito importante ao nível do
diagnóstico pré-natal, porque
recebemos grávidas de todo o país e assim não
precisam vir de tão longe para aqui. Vão ao seu
hospital e nós daqui fazemos o diagnóstico e a
consulta", explicou.
No entanto, a telemedicina pode também ser uma forma de
ensinar - "pode-se estar em directo a dizer e a mostrar
como é que se faz" - evitando muitos gastos, "porque
fica ao preço de cinco chamadas telefónicas".
O Hospital de Santo André, por exemplo, "só
vê acrescentados à sua factura 20 contos/mês
por uma hora por semana", contou.
O serviço de Cardiologia Pediátrica da unidade
hospitalar de Coimbra teve
também experiências esporádicas com o Hospital
Agostinho Neto (Cabo Verde) e com o Hospital Distrital de Aveiro.
Espera no prazo de um mês ficar ligado a Madrid, tendo
já celebrado um protocolo nesse sentido.
A equipa do Hospital Pediátrico de Coimbra é constituída
por quatro médicos, dois técnicos e um informático,
Luís Carreira, que, segundo Eduardo Castela, é
um dos principais "motores" do projecto. |