Terminou mais uma edição
do Rali de Portugal
Para o ano há
mais
Matosinhos esteve em festa
para receber os pilotos. No dia da consagração
de Richard Burns, organização e público
estiveram de parabéns. Não se registou nenhum acidente.
O rali foi um sucesso completo
Caíu o pano no TAP Rali
de Portugal deste ano. O vencedor foi Richard Burns, piloto da
Subaru. Na segunda posição, a escassos 6,5 segundos,
ficou o filandês Gronholm. Com esta vitória o britânico
passou a liderar o mundial de ralis, ultrapassando Tommi Makinen
que desistiu na primeira etapa da prova portuguesa.
Durante quatro dias, as estradas do Norte e Sul do País
estiveram em festa. Com a desistência prematura de alguns
dos mais conceituados concorrentes chegou a pensar-se que a competitividade
iria estar ausente. Mas as suspeitas não se confirmaram
e houve emoção até ao fim. Só no
último dia ficou conhecido o vencedor. Em Ponte de Lima,
Burns recuperou do atraso de 14,6 segundos que o separava de
Gronholm e provou quem possuia a ponta final mais forte. Carlos
Sainz quedou-se pela terceira posição
Em Matosinhos, cidade anfitriã desta edição,
a exemplo do que aconteceu em anos anteriores, o vencedor deu
asas à sua alegria. O pódio foi instalado mesmo
em frente à Câmara Municipal. Cerca de cinco mil
curiosos aguardavam a chegada dos participantes. O ambiente era
de festa e, por vezes, de impaciência. Como o pequeno Daniel,
um loirito de cinco anos, que constantemente perguntava: "Ó
pai, quando é que eles chegam?". Finalmente, ouviu-se
o barulho dos motores para alegria de pequenos e graúdos.
Foi o delirio. Enquanto os primeiros classificados subiam ao
pódio, a assistência não deixou de aplaudir.
Foi uma cerimónia rápida e simples. No final, os
concorrentes regressaram à Exponor, centro nevrálgico
da prova, onde os aguardavam mais umas centenas de adeptos desejosos
de observar de perto os 'heróis' da terra batida.
Portugueses cumpriram
Ao longo da prova, os concorrentes
portugueses tiveram sempre um tratamento especial por parte da
assistência. No dia da consagração dos vencedores,
a história não se alterou. As bandeiras verde e
vermelhas que coloriram as estradas durante as 23 classificativas
anteriores voltaram a marcar presença. Houve até
quem se atrevesse a trautear o hino nacional durante a chamada
ao pódio.
Adruzilo Lopes e Luís Lisboa, na 11ª posição,
repetiram a façanha do ano passado ao serem os melhores
entre os participantes lusitanos. O objectivo principal foi atingido
mas esperava-se um pouco mais do Peugeut 206 WRC que durante
a segunda etapa chegou a ser oitavo da geral.
Miguel Campos conseguiu a única vitória lusa neste
rali. Pelo segundo ano consecutivo, venceu o Agrupamento de Produção.
Foi primeiro em dez dos 23 troços disputados e liderou
a classificação desde a segunda etapa.
No entanto, a prestação portuguesa foi condicionada
pela desistência de dois pilotos Pedro Matos Chaves e Vítor
Lopes, logo no primeiro dia de competição.
Nota alta para a organização
Como em qualquer prova do mundial
de ralis, uma das maiores preocupações da organização
foi a segurança. No entanto, este ano não se registou
qualquer acidente. Os espectadores tiveram um comportamento exemplar
e contribuiram para que esta edição fosse um sucesso
a todos os níveis.
De Matosinhos, mais concretamente da Exponor, para o resto do
País houve um esforço colectivo para que nenhum
pormenor fosse descurado. No final, um suspiro de alivio e a
certeza do dever cumprido. A maioria dos pilotos deu os parabéns
ao nosso País e classificou esta prova como uma das melhores.
António Mocho, director da prova, mostrava-se satisfeito.
O mundial de ralis prossegue já no dia 30 deste mês
nas terras vizinhas da Catalunha. Portugal despede-se até
ao próximo ano.
Susana Ferreira |