Um balanço
Foram seis noites de Teatro na Covilhã. Terminado este
IV Ciclo, é altura de pesar o que de positivo e negativo
estes espectáculos trouxeram à cidade. A amostra
é aleatória, as perguntas foram feitas a pessoas
que assistiram à totalidade das peças, e a cientificidade
das conclusões a mesma de uma impressão. Para que
conste.
Pela Organização:
Maria do Carmo Teixeira, presidente do
TEATR´UBI, não teve reservas em afirmar que o balanço
do IV Ciclo de Teatro Universitário foi muito positivo,
já que "as pessoas aderiram ao evento", tendo
havido "lotação praticamente esgotada"
no primeiro dia do ciclo e nos restantes dias, uma média
de 200 pessoas por espectáculo.
Congratulou-se igualmente com o cartaz, constituído por
espectáculos de vários géneros, desde peças
mais cómicas a outras de cariz mais dramático,
não esquecendo a feira do livro de arte e as exposições
patentes no espaço do Teatro-Cine.
Realçou ainda a preocupação que houve relativamente
a uma publicitação do evento, tendo-se recorrido
a publicidade na imprensa e também nos meios audiovisuais.
"Para que ninguém se queixe que não sabia
da ocorrência do ciclo", explicou.
A terminar, Maria do Carmo demonstrou a sua convicção
no respeito que o Ciclo de Teatro Universitário da Beira
Interior começa a ganhar entre as companhias de teatro
universitário, ao afirmar: " o Ciclo de Teatro está
cada vez mais coeso e começamos a ser conhecidos nacional
e internacionalmente".
Pelo Público:
De acordo com José Miguel Monteiro,
de 22 anos, estudante universitário, este tipo de eventos
é de louvar, já que numa cidade como a Covilhã,
com uma elevada população estudantil, é
necessária a ocorrência de maior número de
acontecimentos culturais.
A peça que mais gostou foi "El País de Las
Últimas Cosas", apresentada pelo grupo Maricastãna,
que considerou "arrojada e muito bem interpretada".
Já Flávio Hamilton, 23 anos,
estudante de teatro no Porto, após ter assistido à
totalidade dos espectáculos, mostrou-se agradavelmente
surpreendido com o que considerou " uma boa organização,
longe da ideia que por ser uma mostra de teatro universitário
é tudo feito à pressa". Apontou apenas como
aspecto menos positivo, reconhecendo que tal era alheio à
organização, o facto de todas as peças começarem
com um atraso médio de 30 minutos.
Destacou as duas peças apresentadas pelo TEATR´UBI,
devido ao seu rigor técnico e por ser um "tipo de
teatro diferente daquele a que estou habituado".
Leonor Afonso, de 24 anos, jornalista e
actriz do TEATR´UBI, considerou que de um modo geral, a
cada edição que passa o ciclo vai adquirindo mais
projecção e o nível de qualidade vai aumentando.
Como espectadora, a peça que mais reuniu o seu agrado
foi "E Se?!...Um Espectáculo Para Clarice Lispector",
já que, tal como confessou, "foi a que mais me agradou
e tocou, e é também o tipo de teatro com o qual
eu mais me identifico".
Também Vânia Caetano, 21 anos,
estudante universitária e actriz do TEATR´UBI, realçou
a convicção de a edição deste ano
do Ciclo de Teatro apresentou peças de inegável
qualidade, sublinhando a prestação do TEUC como
a sua preferida.
Pedro Jesus |