Câmara serena protestos
dos comerciantes do Mercado
Inauguração
adiada
A inauguração do terceiro
piso do Mercado Municipal, prevista para esta quinta feira, acabou
por não se realizar. Para os feirantes, esta foi a gota
de água que transbordou na Câmara Municipal, local
onde os comerciantes foram pedir explicações. Depois
de reunirem com o vereador responsável, esclareceram-se
os "equívocos", mas ainda não há
data prevista para a reedição do evento.
O ambiente que se vivia quinta feira passada
no terceiro piso do Mercado Municipal não era de festa.
Pelo contrário. Desilusão e descontentamento eram
sentimentos bem patentes nas palavras dos comerciantes. "Isto
é uma brincadeira. Dizem que há inauguração,
e depois ninguém aparece!", contestavam os comerciantes
que pretendiam aproveitar a ocasião para protestar.
"Muitos de nós não abrimos as lojas hoje como
forma de protesto", explicavam. A razão para este
protesto passa pelo facto do mercado do campo de festas continuar
em funcionamento. " Disseram-nos na altura que o comércio
naquele espaço iria acabar, e por isso compramos aqui
no Mercado Municipal as nossa lojas", acrescentam.
Campo de festas no centro da discórdia
No inicio deste ano, a Câmara Municipal
da Covilhã colocou à venda em hasta pública
as lojas do terceiro piso do Mercado Municipal. Eusébia
Santiago foi uma das comerciantes que comprou o seu espaço
no mercado. Naquela altura, afirma "adquiri a loja porque
nos foi dito que o mercado do campo de festas iria acabar".
O investimento foi feito, conta Eusébia Santiago, que
gastou cerca de 350 contos pela área da sua loja. "Gastamos
aqui o nosso dinheiro numa falsa expectativa. Se não nos
têm dito que o mercado do campo de festas iria acabar,
talvez não tivesse saído de lá "acresce
aquela comerciante. Eusébia Santiago frisa ainda que "não
estamos contra os nossos colegas do campo de festas, mas sim
contra as promessas que não foram cumpridas por parte
da Câmara "
Depois dos protestos,
o cachimbo da paz
Eusébia Santiago e os restantes
comerciantes continuaram o seu protesto na Câmara Municipal.
Foi para aquele local que rumaram logo após se terem apercebido
de que a inauguração estava cancelada. Joaquim
Matias, vereador responsável pelo Mercado Municipal recebeu
uma comissão de três comerciantes. Após uma
reunião de trinta minutos entre as duas partes as conclusões
foram ouvidas por todos.
Uma das decisões foi a de que o Mercado do Campo de Festas
irá continuar em funcionamento duas vezes por mês.
"Temos um conjunto de dezenas de feirantes que não
podem ser afastados do seu ganha-pão" salienta Joaquim
Matias.
Caso os restantes comerciantes se sintam prejudicados por aquela
decisão, a Câmara propõe aos comerciantes
uma nova solução. Esta passa, pelo reembolso do
valor que gastaram com a aquisição das suas lojas
no Mercado Municipal.
Até 30 de Abril, todos aqueles que pretenderem o reembolso
deverão comunicar a sua vontade à Câmara
Municipal.
No final destas explicações, os ânimos dos
comerciantes estavam mais serenos e satisfeitos.
" Temos de prestigiar quem compra
e quem vende"
Em declarações ao Urbi, Joaquim
Matias explicou o adiamento da inauguração: "
Um acto destes deve prestigiar quem compra e quem vende".
"Não estavam reunidas as condições
necessárias para esta inauguração se realizar",
diz o autarca. "Tem de haver um trabalho de divulgação
e sensibilização em relação ao Mercado
Municipal".
Quanto às promessas que os comerciantes dizem não
terem sido cumpridas, Joaquim Matias responde que tudo não
passa de um equívoco: "Aquando da hasta pública
dissemos que se iam estudar as possibilidades da periodicidade
do mercado do Campo de Festas. Nunca dissemos que iria acabar
definitivamente".
Dora Conde
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