Subsídio de desemprego para os
professores
Acordo exclui ensino
superior
A longa luta dos professores desempregados pelo direito ao subsídio
de desemprego pode ter chegado ao fim. É pelo menos esse
o resultado de um acordo assinado na última quarta-feira
entre a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação
(FNE) e o Ministério da Educação. No entanto,
a Federação Nacional de Professores (Fenprof) mostra-se
descontente com um acordo que exclui a maioria dos docentes desempregados.
"Embora não correspondendo inteiramente a todas as
propostas" avançadas durante o processo negocial,
a FNE explica, em comunicado, que o acordo permite que os professores
desempregados recebam o subsídio de desemprego desde 1
de Janeiro de 2000, desde que reúnam as condições
a serem definidas em diploma legal. Essas condições
consistem, genericamente, na obrigação de os professores
desempregados terem trabalhado em 1998/99 e reunirem no momento
do desemprego 540 dias de trabalho no período de três
anos.
Os professores não terão que fazer qualquer desconto
suplementar para usufruírem do subsídio de desemprego,
porque já fazem descontos
idênticos aos de todos os outros trabalhadores.
Por outro lado, os professores que estejam a receber subsídio
de desemprego terão que aceitar ofertas de emprego docente
no domínio para que detêm habilitação
e em escolas do centro de área educativa da respectiva
residência, segundo a FNE.
"Uma traição aos
professores"
Manuela Teixeira, no acto de assinatura
do acordo, afirmou que a FNE defende também a aplicação
do subsídio de desemprego aos professores do ensino superior,
mas reconheceu que "a sua situação é
peculiar e, como tal, exige um enquadramento legal adaptado".
O Sindicato dos Professores da Zona Norte congratulou-se, em
comunicado, com a assinatura desse acordo, mas lamenta "o
facto de só agora o Governo concretizar um compromisso
assumido há longo tempo em sede de concertação
estratégica".
Posição diferente manifestou, no entanto, o Sindicato
dos Professores da Região Centro (SPRC), afecto à
Fenprof, ao afirmar, em comunicado, que "o Governo, com
o apoio da FNE, consumou uma traição aos professores:
aprovando um protocolo para a criação de um "subsídio
de desemprego" que deixa de fora a maioria dos docentes
desempregados".
O SPRC acrescenta que o acordo "só abrange os desempregados
que
trabalharam 18 meses (que podem significar 18 contratos), exclui
o ensino superior e impede a retroacção do subsídio
ao início do ano lectivo (1 de Setembro de 1999)".
"Não alivia os professores de um só centavo
nos seus descontos, mantendo a mesma percentagem dos restantes
trabalhadores para a Segurança Social", acusa ainda
o SPRC.
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