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Alunos protestam
Mais autocarros para
o Ernesto Cruz

Quatro anos depois da abertura do Pólo IV, ainda há arestas por limar, sobretudo no que diz respeito à insuficiência de transportes públicos, agravada pelas características morfológicas da Cidade da Covilhã. Os estudantes protestam e pedem mudanças, mas a Transcovilhã afirma que os autocarros existentes respondem às necessidades, chegando até a circular vazios.

Ruas sinuosas e um percurso interminável são obstáculos que os alunos do Polo IV da UBI que residem em Santo António têm que enfrentar diariamente para chegarem às aulas a tempo e horas. Esta situação é agravada pela falta de horários de autocarros compatíveis com as necessidades reais dos seus utentes.
Durante o dia, há apenas dois autocarros directos de Santo António para o "Ernesto Cruz", um às 7h35 e outro às 12h35. Isto significa que, se um aluno tiver aulas às 9h, terá que se levantar às 7h ou ir a pé até ao pelourinho, para então apanhar um autocarro para o Pólo IV. Este é outro ponto contestado pelos alunos: o facto de para um só percurso ser necessário apanhar dois autocarros diferentes, o que por vezes implica esperar muito tempo por uma ligação, levando os utentes a optar por irem a pé, atravessando toda a cidade.
O regresso a casa é igualmente complicado, tendo em conta que os alunos correm contra o tempo para apanharem as respectivas ligações, arriscando-se a regressar a casa a pé - e note-se que o percurso inverso inclui uma subida íngreme.

Alunos propõem soluções

Rodolfo Silva, estudante do 4º ano de Ciências da Comunicação, residente em Santo António, considera que "os horários são completamente desadequados às necessidades dos alunos que frequentam o "Ernesto Cruz". Os horários nem sempre têm conexão uns com os outros, pois temos que apanhar dois autocarros."
Rodolfo afirma ainda que "...ninguém pede um autocarro de dez em dez minutos, mas de hora e meia em hora meia seria uma boa solução".
João Paulo, também estudante de Ciências da Comunicação, diz que os horários dos autocarros "...são do pior que há, já que se quiser vir à tarde para as aulas tenho que vir a pé, por falta de compatibilidade entre os horários das ligações".
Quanto às possíveis soluções para o problema, considera que "... como a Covilhã é pequena, não se pode exigir um autocarro de dez em dez minutos, mas de hora em hora seria o ideal, sobretudo se houvessem autocarros directos".
Maria Helena Oliveira, estudante do 4º ano de Economia, queixa-se do facto de só existirem dois autocarros directos. "É muito aborrecido apanhar dois autocarros e picar dois bilhetes", disse. "Deviam haver autocarros directos, facilitando a viagem e a compra dos bilhetes".

 

Transcovilhã: "tem de haver uma ocupação razoável"

A Transcovilhã é a empresa proprietária dos autocarros e responsável pela elaboração dos seus horários de funcionamento. Confrontado com as queixas dos estudantes Pedro Félix afirma, em representação da empresa, que "estes horários foram elaborados em conjunto com a Associação Académica, de modo a compatibilizar o horário dos autocarros com os das aulas. Estão em vigor desde Janeiro de 99, e os anteriores não eram muito diferentes e são compatíveis com a entrada e saída das aulas".
Em relação ao pedido de mudança por parte dos estudantes, Pedro Félix diz que "poderíamos estudar uma alteração, desde que se justifique. Temos que ter uma ocupação razoável, não pode andar um autocarro só com uma pessoa". Aliás, acrescenta, "por vezes os autocarros passam quase vazios e os estudantes preferem ir a pé".

Sofia Andrade






 
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