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Buraco "clandestino" acolhe
águas contaminadas

Francisco Geraldes, outro dos moradores afectados pela situação, corrobora as palavras de Frexes: "Quando a porcaria não vai para o rio, levam-na para um buraco que têm ali meio escondido, onde continua a infiltrar-se".
A entrada na lixeira não foi permitida pelo responsável de serviço, que alegou falta de autorização superior, no entanto o NC viu a "fossa alternativa" do lado de fora da vedação. O buraco é grande e as lamas que cobrem o fundo denunciam a sua utilidade. Romeu Mendes dos Santos, morador do Souto Alto e membro da Assembleia de Freguesia de Alcaria é uma das testemunhas destes despejos. "Já vi várias vezes o tractor a encher a cisterna na fossa junto à Variante e a vir descarregar aqui", confirma. E continua: "Até já interpelei o encarregado, pedindo-lhe uma justificação e a resposta dele foi virar-me as costas e encolher os ombros".
Por entre questões pertinentes, como, por exemplo, a inoperância da fiscalização do Ministério do Ambiente, tutelado pelo ministro covilhanense, José Sócrates, as 30 famílias que habitam nas imediações da lixeira, continuam a resistir. Aos cheiros que os atordoam pela manhã, quando saem de casa para o trabalho, e ao autêntico veneno que lhes impede o acesso às nascentes, que abastecem as suas casas e regam as suas hortas. "Na altura que comprei o meu terreno estava emigrado e só quando cá cheguei é que vi que me tinham mentido. Disseram-me que andavam só a colocar umas árvores à beira da estrada, para embelezar, mas era mentira. E continuam a mentir", lamenta, descrente, Francisco Geraldes.

Sérgio Felizardo

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