Contra-proposta fala de "critérios"
Imprensa Regional insiste
no Porte Pago
As associações de imprensa
regional decidiram, em reunião realizada no Algarve nos
dias 12 e 13, propor ao Governo a continuidade do Porte Pago
na íntegra, às publicações que cumpram
critérios relacionados com o número de profissionais
e as quantidades de expedição dos jornais.
Esta decisão surge como resposta às declarações
do Secretário de Estado da Comunicação Social,
Arons de Carvalho, que defende a diminuição do
pagamento pelo Estado das despesas de expedição
dos jornais regionais. Para Arons de Carvalho o facto do Estado
pagar na totalidade as despesas de distribuição
dessas publicações "gerou uma concorrência
desleal entre jornais, prejudicando os de maior qualidade em
relação aos de menor".
A proposta das associações, segundo Paulo Faustino,
da Associação de Imprensa Não Diária
(AIND), defende que o pagamento total do porte ficará
submetido a certos critérios, que, embora "ainda
não quantificados, contribuirão para a modernização
das empresas".
Alguns desses critérios já foram definidos e passam
pela existência de um número mínimo de profissionais
na empresa, e pela definição por parte dos jornais
de um sistema de ofertas de assinaturas limitada. O preço
do título será ainda um elemento a considerar.
Estes critérios poderão excluir alguns jornais
quando for feita a avaliação, "poucos",
na opinião de Paulo Faustino.
Estimular a competitividade
As medidas apresentadas poderão ainda favorecer a profissionalização
dos jornais regionais e combater o grande obstáculo ao
seu desenvolvimento, "o amadorismo e a falta de capacidade
para se impor no mercado", referiu.
Acrescentou ainda que o actual sistema de pagamento total de
porte pago por parte do Estado, e que custa três milhões
de contos por ano, pode levar a que alguns jornais regionais
se acomodem, pelo facto de verem garantida a entrega das assinaturas
aos clientes".
Salientou também que, "se o problema não é
orçamental, mas de restruturação do sistema,
a implantação daqueles critérios na obtenção
do apoio a 100 por cento é uma forma de estimular a competitividade
e, logo, a qualidade do jornal".
E concluiu defendendo, em nome das associações,
a atribuição total de apoio para a distribuição
das publicações portuguesas no estrangeiro, e o
reinvestimento em apoios à imprensa regional das verbas
resultantes da diminuição dos gastos do Estado
com o Porte Pago.
Nesta reunião compareceram a AIND, a Associação
da Imprensa Regional do Algarve, a União da Imprensa Regional,
e a Associação Portuguesa da Imprensa Regional.
Esta proposta reuniu o consenso de todas as associações
presentes, no entanto a proposta final só será
entregue no final de Março.
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