II LIGA - "Lanterna Vermelha"
surpreende
"Golo de bandeira"
complica contas ao Covilhã
Pior do que os consecutivos empates
nos jogos disputados no Santos Pinto, só mesmo uma derrota.
O Esposende, último da prova, veio à Serra "roubar
três pontos"
21ª JORNADA - SPORTING
DA COVILHÃ / ESPOSENDE 0-1
Estádio Municipal José dos Santos Pinto, 13-02-00
Árbitro: Rui Mendes
(Porto)
Auxiliares: João Leitão e Domingos Lavinha
4º Árbitro: Joaquim Assunção
Sp. Covilhã: Luciano; João Miguel (Peixe, 26
m), João Carlos, Ricardo António e Trindade (cap.);
Fernandez, Miguel Vaz e Rui Morais; Pisco (Hélder Brandão,
46 m), Vítor Firmino e Marco Rocha (Romeu, 62 m)
Treinador: António Jesus
Esposende: Vital; Paulo Gomes, Paulinho Cepa (cap.), Pedro
Maciel e Lila; Slobodan, Fernando Gomes (Meneguetti, 64 m), Eduardo
(Madureira, 77 m) e Tiago Marques (Avelino, 58 m); Manduca e
Capitão
Treinador: Lemos Ferreira
Marcador: Manduca (53 m)
Disciplina: cartão amarelo a João Miguel (14
m), Lila (20 m), Eduardo (25 m), Luciano (37 m), Slobodan (84
m) e Madureira (88 m)
Decorridas 21 jornadas o Covilhã
continua sem ganhar em casa. Aos já habituais empates
sucedeu-se, no último domingo, 13, uma derrota frente
ao Esposende, último classificado da II Liga.
Um tento absolutamente fabuloso de Manduca, num remate cruzado
de primeira, sem deixar a bola cair no chão, fez o resultado
no Santos Pinto. Solitário, mas precioso, o golo acaba
por impedir, mais uma vez, o Sporting de ganhar alguma tranquilidade
e de se afastar do seu adversário mais directo, o Moreirense.
O que parecia fácil, complicou-se quando nada o fazia
prever. Os serranos, apesar de uma exibição menos
boa do que é normal no seu terreno, dominaram completamente
os acontecimentos e raramente saíram do meio campo adversário.
Só que o Esposende, apesar da pressão constante,
soube fechar-se muito bem e aproveitar ocasionais situações
de contra-ataque para assustar Luciano. Na baliza minhota, por
sua vez, o veterano Vital mostrou porque é que aos 39
anos ainda é titular.
Nem a jogar com todos os atacantes disponíveis, Peixe,
Firmino, Brandão e Romeu, a equipa orientada por António
Jesus conseguiu penetrar no último reduto esposendense
e concretizar. Esteve muito perto a meio da primeira parte quando,
de livre, Miguel Vaz acerta com estrondo na trave. Antes disso,
algumas boas combinações entre Firmino, Fernandez
e Trindade, com a bola a atravessar o campo de um lado ao outro
e o jogo a ganhar algum movimento, ainda tiveram o condão
de espevitar o público presente.
Etapa complementar: 15 minutos a dormir
À saída para o intervalo, e com o espectáculo
bastante adormecido, o Esposende quase marca. Um centro remate
apanha a defesa covilhanense em contra-pé e atravessa
toda a grande área sem que, no entanto, apareça
alguém para desviar para o fundo das redes.
No reatamento os homens da casa aparecem com vontade de controlar
e atacar desde logo, mas os nervos e a ânsia de marcar
começam a reflectir-se nos passes falhados e nas bolas
perdidas a meio campo. É um quarto de hora de autêntico
desnorte no Santos Pinto, que acaba por culminar com o golo visitante.
Só então os "leões da serra" despertam
e passam a dominar.
A partir dos 20 minutos, o jogo praticamente não saiu
da metade esposendense. Quase sempre pelo lado direito, sucediam-se
os ataques. Brandão, a descer pelo corredor direito, centra
inúmeras vezes para uma área onde, quer Peixe,
quer Firmino, nunca conseguiram concretizar. E, quando os atacantes
não falham, é Vital que defende, quando Vital não
defende é o poste a impedir. Aos 23 minutos, Miguel Vaz,
outra vez de livre, acerta na trave.
Falta de acutilância castiga serranos
O resultado não é, de todo, justo, mas acaba por
premiar a coesão da defesa minhota e a falta de acutilância
dos marcadores verde e brancos. Numa partida em que os jogadores
do meio-campo, Rui Morais, Fernandez e o capitão Trindade,
estiveram incansáveis, tanto a distribuir, como a interceptar,
ou, ainda, a "varrer" toda a sua área de acção,
é dificil compreender a diferença exibicional deste
encontro para o da jornada anterior, em Coimbra, frente à
Académica (1-1).
A equipa de arbitragem, chefiada por Rui Mendes, do Porto, não
complicou, mas, ainda na primeira parte, no lance que deu origem
ao primeiro livre apontado por Miguel Vaz, deveria ter expulso
Eduardo. O defesa do Esposende derrubou Pisco, mesmo à
entrada da área, em posição frontal, quando
este seguia isolado em direcção à baliza.
Com este resultado, o Sporting da Covilhã continua com
17 pontos, agora na 17ª posição. Os mesmos
que o Moreirense (0-0 em casa frente ao Penafiel), mais três
que o Esposende e menos três que a Naval (2-0, na Figueira
da Foz com o Desportivo de Chaves). Na próxima jornada,
na deslocação a Paços de Ferreira, espera-se
que a tradição se mantenha e que a exibição
em estádio alheio faça esquecer os desalentos caseiros.
Sérgio Felizardo
NC / Urbi et Orbi |