Até Agosto de 2001
Táxis obrigados
a aplicar taxímetros
Falta pouco mais de ano e meio para
que todos os táxis do País sejam obrigados a instalar
taxímetros. A maioria dos motoristas da Covilhã
desconhece a lei, mas desconfiam das vantagens. Os utentes acreditam
que a medida é benéfica
O Decreto-Lei nº 251/98, de 11 de
Agosto de 1998, complementado com a portaria 277-A da I série
B, do Diário da República de 15 de Abril de 1999,
estipula a obrigatoriedade da colocação dos taxímetros
em todos os táxis, de todos os concelhos do País.
Como tal, a cidade da Covilhã não é excepção.
O aparelho tem que ser instalado até 11 de Agosto de 2001.
A lei foi publicada há dois anos, mas a maioria dos taxistas
da Covilhã desconhece-a. "Fala-se nisso, mas ainda
não está nada definido", dizem Luís
Barata e Gavinhos, motoristas de táxi covilhanenses. Surpresos
ficaram quando o NC lhes comunicou que a lei já foi publicada.
"Ainda não fomos avisados de nada", revelam.
Contudo, a ANTRAL (Associação Nacional de Transportes
Rodoviários em Automóveis Ligeiros) garante que
a legislação já saiu na Revista ANTRAL,
publicação especializada para o sector.
Os motoristas, no entanto, não se mostram preocupados,
porque, segundo afirmam "esses aparelhos colocam-se rapidamente"
e próximo do prazo irão aparecer muitos vendedores,
muita variedade, porque existem vários modelos".
Certo é que ainda não foi estipulado o calendário
para o começo da contagem, explica José Manuel
Jorge, presidente da direcção da ANTRAL, dado que
"deverá ter início ao mesmo tempo em todas
as localidades de cada concelho" (ponto nº 6 da portaria
nº277-A/99, da I série B do Diário da República,
de 15 de Abril de 1999). "Espera-se, para já, um
despacho da Direcção Geral dos Transportes Terrestres",
refere o responsável.
"É pior para os clientes"
Do total de 12 pessoas questionadas sobre
o assunto, nas ruas da Covilhã, na última quinta-feira,
dia 10, todas desconheciam esta nova medida, mas encaram-na com
satisfação. Os entrevistados estão convencidos
que, com este novo aparelho, os taxistas vão passar a
praticar os tarifários estabelecidos, o que, segundo dizem,
não está a acontecer no momento.
Luís Gonçalo, 19 anos, estudante, demonstra a situação
dizendo que já lhe foram cobrados 800, 900 e mil escudos
por um mesmo percurso: desde o a Praça do Município
até ao Covelo. Célia Ribeiro, é da mesma
opinião e sustenta: "Até aqui é como
se fosse uma venda livre, cada um cobra o que quer, por isso,
com os taxímetros já tem que ser tudo igual".
Sílvia, recepcionista, também está optimista
mas salienta que a nova medida não vai significar uma
diminuição de preços e diz: "A questão
não será a de passar a pagar menos, mas sim a de
passar a pagar sempre o mesmo".
Mas, o taxista Gavinhos garante que "o taxímetro
vai prejudicar os clientes", porque, segundo explica, "aquilo
está sempre a contar, até mesmo quando estamos
parados nos semáforos". E, segundo o mesmo, todas
as taxas previstas na lei vão ser aplicadas. Diz que,
actualmente, a maior parte das vezes não cobra os "extras",
como é o caso dos 300 escudos da bagagem ou os 150 da
chamada telefónica, porque, como explica "se formos
chamados por telefone podemos cobrar 150 escudos", mas quando
os taxímetros forem colocados "vamos passar a cobrar
tudo", dado que, segundo explica, "podemos acrescentar
essas tarifas ao aparelho".Uma posição defendida,
porque, segundo o mesmo, "a culpa" da nova exigência
é do público. "Foram as pessoas que pediram
esses aparelhos", sublinha. E vai mais longe: "Foram
os estudantes, porque eles é que estão sempre a
reclamar". Uma postura que, todavia, esquece a abrangência
nacional da medida.
Sónia Alves
NC / Urbi et Orbi |