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O Grande Auditório da Culturgest vai receber artistas
de todos os cantos do mundo |
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Culturgest equaciona distâncias
Um festival do outro mundo
Nos próximos dois meses, a Culturgest
apresenta o Festival Extremos do Mundo. Uma iniciativa grandiosa e
multicultural, que integra cinema, teatro, música, dança e ópera de
todos os cantos do planeta
Artistas provenientes de pontos do mundo, com
contextos culturais "muito diferentes e até estranhos ao europeu",
estão na Culturgest desde segunda-feira, 14, no âmbito do Festival
Extremos do Mundo.
António Pinto Ribeiro, director artístico da Culturgest, precisou que
o festival multicultural deste ano "transporta de ainda mais longe,
desde a África, Ásia e Austrália, propostas artísticas que estão a
ser alvo de grande interesse pelo meio artístico e público em geral".
A "radicalização" da programação da iniciativa, inserida
num ciclo que teve início em 1993, está relacionada com a própria
"globalização artística que se vive actualmente". No
entanto, os
criadores europeus não foram esquecidos pelo festival. "Os
artistas europeus e norte-americanos estão a inspirar-se cada vez mais
nestas propostas de culturas longínquas, que nada têm a ver com a
cultura ocidental", observou.
De acordo com o director artístico, o festival deste ano envolve um
orçamento de 60 mil contos.
Multiculturalismo e pós-colonialismo
Cinema, teatro, música, dança e ópera integram
um evento que irá passar dois meses a "equacionar as distâncias
geográficas e físicas que são marcantes nos territórios culturais a
que pertencem".
Curtas e médias metragens serão exibidas semanalmente, provenientes
dos EUA, Grã-Bretanha e França, na edição Cinema e Arte,
nomeadamente "Kandinsky", de Alain Jaubert, e "Stones and
Flies" (Pedras e Moscas) de Philip Haas.
A ópera "O retorno de Ulisses", de Claudio Monteverdi, da
companhia Handspring Puppet da África do Sul, sobe ao palco em Março.
Neste mesmo mês e no seguinte são apresentadas as peças de teatro
"A Metamorfose" de Franz Kafka, pela companhia Theatre Knam da
Rússia, "Vanity Fair" pela companhia chinesa de Danny Yung,
"The North" (O norte) da companhia australiana de William
Yang.
Ainda em Abril apresentam-se os espectáculos de dança
"Pilgrimage" (Peregrinação) pela Sin Cha Hong´s Laughing
Stone Dance Company da Coreia do Sul e também "Voilá, Voilá",
da companhia Ea Sola do Vietname. A música estará representada pelo
teatro musical da companhia Recuerdos son Recuerdos, da Argentina.
O programa inclui ainda um ciclo de conferências sobre
multiculturalismo e pós-colonialismo, nomeadamente sobre os temas
"Partilha de exotismos", por Terry Prat, "Práticas
estéticas contemporâneas e globalização: desafios éticos e
culturais", por Catherine David e "Diferença cultural na arte
do século XX", por José António Braga Fernandes Dias.
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