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Protocolo entre a autarquia e a CENEL
Carlos Pinto acusado de alterar documentos
O vereador Vítor Reis Silva afirma que o
presidente do município é o responsável pela alteração do conteúdo
de duas cláusulas. Pinto garante que estas acusações resultam do
"excesso de telenovelas"
O presidente da autarquia, Carlos Pinto, é
acusado de ser o responsável pela alteração de documentos enviados
pela Câmara à Assembleia Municipal da Covilhã. A acusação parte do
vereador da oposição, Vítor Reis Silva.
Em declarações ao NC, o autarca do PCP afirma que o texto do protocolo,
firmado entre o município e a empresa CENEL- Electricidade do Centro,
distribuído aos deputados da Assembleia Municipal para a sua
apreciação, não corresponde ao documento, anteriormente, aprovado
pelo executivo camarário. Segundo revela, foi alterado o conteúdo de
duas cláusulas do documento.
A Assembleia Municipal, agendada para a tarde de sexta-feira, 4, previa
na sua ordem de trabalhos, a discussão da rectificação daquele
protocolo. No entanto, não chegou a realizar-se por falta de quorum.
Há mesma hora, decorria a cerimónia de tomada de posse do segundo
mandato do Reitor Santos Silva, à frente dos destinos da UBI. A
Assembleia não contou com a presença da quase totalidade dos deputados
que constituem a bancada socialista no órgão. Também do lado social-democrata,
apesar do número de presentes ser suficiente, muitos pretendiam
assistir à cerimónia que decorria na Universidade. Por proposta do
presidente da mesa, Carlos Abreu, a sessão foi suspensa até às 17
horas. Mais tarde, a essa hora muitos deputados não regressaram e, por
esta razão, a reunião não chegou a efectuar-se.
Instado, pelo NC, a comentar as declarações do autarca da oposição,
Carlos Pinto limitou-se a afirmar, repetidamente, que esta situação
"é fruto do excesso de telenovelas que o vereador Vítor Reis
Silva anda a ver".
Proposta de inquérito rejeitada
O vereador, após constatar a alteração do
documento, solicitou, em sessão de câmara, efectuada durante a manhã
de sexta-feira, a instauração de um inquérito administrativo para
apuramento das responsabilidades. Para além desta medida, propôs a
imediata retirada da discussão do texto em causa na próxima Assembleia
Municipal. A proposta, apoiada pelos vereadores socialistas, acabou por
ser rejeitada pela maioria social-democrata.
Ao NC, o autarca comunista revelou, ainda, que foi Carlos Pinto quem
informou Reis Silva, tal como ao resto do executivo, que tinha sido ele
próprio a mandar avançar com as alterações.
"Isto é uma violação e uma falsificação. Retiraram-se do
documento todas as referências que são feitas ao contrato de
concessão em vigor. O que foi alterado modifica completamente a
abrangência do protocolo", assegura. E continua: "O senhor
presidente não tem o direito ou a competência de violar qualquer
documento aprovado na Câmara". Questionado se as alterações
introduzidas facilitam a rectificação do texto pela Assembleia, o
vereador do PCP, responde que, depois desta situação, a edilidade
devia optar por enviar à Assembleia um novo contrato de concessão com
a CENEL.
Ricardo Guedes Pereira
NC / Exclusivo Urbi et Orbi
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