O CANCRO é
um
grupo de doenças caracterizadas pelo crescimento descontrolado
e propagação de células anómalas. Se esta propagação não
for controlada, pode provocar a morte.
Esta doença pode ser causada tanto por factores externos (químicos,
radiação, vírus) como internos (hormonas, condições
imunitárias e mutações hereditárias). O desenvolvimento de
um cancro começa quando os oncogenes (genes que controlam o
crescimento e a multiplicação das células) de uma célula ou
grupo de células são transformados por agentes chamados
carconogéneos, que provocam o cancro. Depois de a célula se
transformar em neoplásica (maligna), a alteração dos seus
oncogenes é transmitida a todas as células descendentes. As
células cancerosas podem alastrar-se, transportadas através
dos vasos sanguíneos e dos canais linfáticos para outras
partes do corpo, onde se desenvolvem e crescem autonomamente. É
esta capacidade de se desenvolver e espalhar, infiltrando-se nos
tecidos circundantes, podendo bloquear canais, destruir nervos e
corroer ossos, que distingue o cancro de um tumor benigno, como
uma verruga, um lipoma ou um quisto sebácio, que podem
facilmente ser removidos.
É mais frequente a ocorrência de tumores malignos nos grandes
órgãos, como pulmões, intestinos, pele, estômago, pâncreas,
intestinos ou mamas, mas também pode surgir nos testículos,
nos ovários, nos lábios e na boca. Os cancros podem ainda
surgir nos tecidos da medula óssea, onde se formam as células
que constituem o sangue (as leucemias), bem como no sistema
linfático, nos músculos ou nos ossos. |
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Cientistas norte-americanos fazem
progressos
Genética ajuda a prevenir o cancro
Apesar de ainda haver muito por
fazer, progressos recentes animam aqueles que investigam o cancro e
aqueles que se vêem vitimizados por ele. A genética ajuda, mas a
prevenção passa também por uma campanha de esclarecimento da
população.
Na véspera da realização da
cimeira "O Mundo contra o Cancro", que terá lugar em Paris,
foi localizado o primeiro gene que torna o homem susceptível à
contracção do cancro testicular, revela-nos um estudo divulgado na
última terça-feira, 1 de Fevereiro. Esta descoberta é um passo em
frente para identificar o gene que poderá levar à detecção precoce,
tratamento e cura do tipo de cancro mais comum entre os homens jovens.
A genética é um campo da ciência cada vez mais relevante na
prevenção e tratamento de diversas doenças, entre as quais o cancro.
De acordo com a Sociedade Americana do Cancro, os cientistas estão à
espera dos resultados do projecto do genoma humano, um mapa de código
genético que facilitará o estabelecimento da relação entre um
determinado gene e um tipo específico de cancro. Isto significa que,
através da genética, será possível determinar a predisposição do
organismo de um indivíduo para o cancro, permitindo-lhe estar mais
vigilantes e efectuar exames médicos regulares que permitam detectar o
tumor numa fase inicial.
Desenvolver tratamentos
Os cientistas que se dedicam ao
estudo do cancro conseguiram enormes progressos em muito pouco tempo,
reorientando a investigação do cancro em todo o mundo. Agora,
descobrindo os mecanismos da doença, as formas mais eficazes de a
combater e superar podem estar à beira de ser descobertas.
Neste momento, o que mais entusiasma os investigadores é o
desenvolvimento de tratamentos baseados em informação genética. No
entanto, para que este tipo de tratamentos possa tornar-se realidade há
ainda muito trabalho pela frente.
Recentemente, cientistas norte-americanos encontraram um gene supressor
do cancro clássico, denominado Rb2. Este gene, que mantém o
equilíbrio da célula, pode comparar-se a um outro, o p53. Tanto um
como o outro regulam o funcionamento normal das células. No entanto,
contribuem para o aparecimento de tumores caso comecem a funcionar mal.
Os cientistas acreditam que cerca de metade dos casos de cancro estão
relacionados com um mau funcionamento do p53.
Segunda causa de morte em Portugal
Uma outra equipa, também
norte-americana, conseguiu clonar uma enzima de uma bactéria que é
consideada um potente anti-cancerígeno. O objectivo agora é produzi-la
para fins medicamentosos.
As actuais opções de tratamento para o cancro dependem da fase em que
se encontra o tumor, podendo incluir a cirurgia, a radioterapia, a
quimioterapia, a terapia hormonal e a imunoterapia.
De acordo com o Registo Oncológico Nacional, publicado pelo Instituto
Português de Oncologia (IPO), o cancro é a segunda causa de morte em
Portugal, bem como no Ocidente em geral, logo seguido de doenças do
cérebro e cardio-vasculares.
Actualmente, a Liga Portuguesa Contra o Cancro está empenhada no
programa de rastreio do cancro da mama. Outros tipos de cancro, que não
podem ser rastreados, exigem acções de esclarecimento público e
formas de alerta, para que as pessoas estejam atentas a sintomas e se
possa fazer um diagnóstico precoce. É este o grande segredo.
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