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PE reprova coligação austríaca

O Parlamento Europeu (PE) reprovou por maioria esmagadora de votos a coligação governamental austríaca que inclui o partido da extrema-direita FPOe (Partido Liberal da Áustria), de Joerg Haider.
Os europarlamentares aprovaram, por 406 votos a favor e 53 contra, uma posição na qual se defende que a participação no novo governo austríaco do partido de Haider "terá como cobsequência legitimar a extrema-direita na Europa".
Os membros portugueses do PM dividiram-se na votação, com o PS e o PCP a votar a favor e o PSD e o PP a votar contra a posição apresentada.

"Heider não passa de um populista"

O FPOe tem um passado comprometido com o nazismo mas não é de extrema direita. O próprio Haider não é um nazi nem um anti-semita, como já reconheceram várias personalidades austríacas idóneas, como o chanceler social-democrata Viktor Klima, segundo o qual Heider não passa de um populista, às vezes de direita, às vezes de esquerda, que adapta o seu discurso às diversas audiências. Nos 14 anos que tem durado a sua carreira política, já falou bem do nazismo e, depois de ter dito em 1988 que a Áustria era "um aborto espiritual", para agradar aos pangermânicos, a partir de 1990 adoptou um tom subitamente patriótico, como convinha à situação. Nos últimos anos, tentou tornar o FPOe um partido programaticamente anticlerical, atraente à direita católica.

"Atacar" em vez de "negociar"

Tanta falta de verticalidade dá razão aos que dizem que Haider não passa de um político sem carácter, e que segregá-lo, em vez de o desmascarar, é um grave erro. Foi isso que fizeram nos últimos anos os principais dirigentes políticos da Áustria, e o resultado foi a transformação do minúsculo FPOe num partido de massas, com quase 30 por cento do eleitorado. Com uma habil mistura de nacionalismo e liberalismo, proclamando o lema "atacar" em vez de "negociar", Haider aproveitou as fraquezas dos partidos tradicionais, que se confundiram com a máquina do Estado, e foi somando triunfos em eleições regionais e nacionais até ficar à beira do seu grande objectivo: ser chanceler da Áustria.

 




 

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