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Hospital Cova da Beira
Falta de autocarros prejudica utentes
O novo Hospital está a funcionar há mais de
um mês, mas os horários dos autocarros continuam desadequados. A
Câmara já fez um ultimato à empresa
As pessoas que se deslocam ao Hospital da Cova da
Beira e que, para tal, utilizam a carreira nº 10, com destino ao
Aeródromo, queixam-se da escassez de autocarros. O maior problema,
dizem, é a falta de adequação dos horários dos autocarros, aos das
visitas a doentes. À tarde, o problema dá-se no sentido Covilhã -
Hospital, à noite, no sentido inverso.
As visitas da tarde começam às 14 horas e terminam às 15. Existem
autocarros às 13 horas e às 14. A maioria das pessoas utiliza o
autocarro das 14, "porque o outro chega lá muito cedo",
salientam. Mas, o das 14, "chega muito tarde". Fazendo a
viagem, desde o terminal 1 (Pelourinho), até à unidade de saúde e
constatamos, que, com este horário, as pessoas apenas conseguem
usufruir de 30 minutos de visita. Quando o tempo normal seria de uma
hora.
No dia em que percorremos o trajecto, sexta-feira, 28, o autocarro
partiu do terminal 1 com 5 minutos de atraso e chegou à paragem
"Hipermercado", por volta das 14 horas e 15. Da paragem até
à entrada do Hospital, demoram-se 10 minutos, mais cinco até ao quarto
que se pretende visitar. Fazendo as contas, chega-se junto do doente às
14 horas e 30 minutos. Como salienta uma das passageiras, Maria Manuela
Saraiva, "é tudo a correr, quase não temos tempo para fazer a
visita". A solução apontada para este problema, dizem os utentes,
seria um autocarro a partir do terminal 1, "às 13 horas e
30".
Mas o problema não acaba aqui. À noite, o horário das visitas é das
20 às 20 horas e 30. O autocarro para o hospital é às 19 e 50 no
terminal 1, e para cima é às 22 horas e 30. Como refere Manuela
Saraiva, "ou se esperam duas horas, ou se aluga um táxi, não há
outra solução".
A opinião das várias pessoas que frequentam este serviço é unânime:
"A empresa (TransCovilhã) não pensou nas visitas do Hospital,
senão teria colocado novos autocarros".
Câmara pressiona empresa
O presidente da Câmara, Carlos Pinto, refere que, antes da abertura do
Hospital, chamou a atenção da empresa para adequar os seus serviços
às novas circunstâncias. De acordo com o autarca, a empresa "não
está a cumprir com as frequências de novas carreiras, tendo em conta
os novos equipamentos e as exigências de actuação". E adianta:
"A autarquia está completamente insatisfeita, relativamente aos
serviços prestados. Se tal situação continuar teremos que rescindir o
contrato com a Transcovilhã".
O Hospital da Cova da Beira abriu as portas há um mês e meio e foi
pensado com bastante antecedência. Quem parece não ter pensado
atempadamente no problema dos autocarros foi, precisamente, a empresa
responsável. Depois de várias tentativas frustradas, o NC conseguiu,
na última terça-feira, falar com um dos gerentes da TransCovilhã,
José Luís Almeida, que admite ter sido chamado à atenção pela
Câmara, antes da abertura do Hospital. Só que, até ao momento, não
há um projecto concreto a apresentar à edilidade. Promete, no entanto,
que a situação será resolvida "em breve". De acordo com
aquele responsável, o projecto de alteração de horários será
apresentado na próxima semana.
Um exclusivo Urbi et Orbi/NC
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