Estabelecimento a funcionar a dois terços da sua capacidade

Faltam 45 médicos 
no hospital de Castelo Branco


O hospital de Castelo Branco está a funcionar a dois terços da sua capacidade de recursos humanos, com menos 45 médicos do que o necessário, disse o director clínico da unidade, Próspero dos Santos.
"A principal dificuldade que a direcção clínica enfrenta é a falta de recursos humanos. Estamos a funcionar com dois terços dos médicos que necessitamos", revelou.
Próspero dos Santos acrescentou que o hospital deveria ter 130 médicos, mas apenas dispõe de 85, "o que se reflete na prestação de cuidados ao nível da urgência".
"Há médicos que têm que assegurar 365 dias por ano, tendo em conta que o hospital presta cuidados de saúde 24 horas por dia em várias especialidades" frisou.
"O Quadro das Especialidades não está preparado para assumir essa responsabilidade na urgência. Mesmo que tal se verificasse não temos o número de médicos suficiente. Há apenas cinco clínicos para cobrir as urgências de medicina interna 365 dias por ano, o que é manifestamente impossível", acrescentou.
O clínico sublinhou ainda que, "para que o Hospital de Castelo Branco pudesse cumprir com eficácia o trabalho que lhe está confinado na urgência, era necessário preencher por completo o quadro de internistas, que é de doze médicos mais dois".
"É preciso não esquecer que os médicos disponíveis cobrem a Unidade de Cuidados Intensivos (UCIP) e a Unidade de Administração de Citostáticos, ou seja, a administração de medicamentos a doentes
oncológicos, além de ajudarem na hemodiálise, urgência interna, consulta externa e internamentou", lembrou.
Por outro lado, acrescentou, "não pudemos comparar este com outros hospitais que habituaram as suas populações a um nível de cuidados não tão desenvolvido como o nosso, como é exemplo o hospital da Covilhã, que apenas cobre a pediatria até à meia-noite, enquanto em Castelo Branco a valência é garantida 24 horas por dia".
"O hospital da Covilhã não tem Unidade de Cuidados Intensivos, Unidade de Administração de Citostáticos nem Unidade de Hemodiálise. Há todo um conjunto de problemas que com a falta de médicos se agrava no caso de Castelo Branco", sublinhou.
O director clínico do Hospital de Castelo Branco reconheceu, no entanto, que a falta de médicos não se faz sentir apenas nesta unidade hospitalar, mas frisou que, apesar da administração do hospital colocar em prática medidas para minorar o problema, "a resolução passa por decisões políticas como a abertura de mais vagas nas faculdades de medicina".
Próspero dos Santos disse ainda que as listas de espera no Hospital de Castelo Branco atingem os dois meses na consulta externa e frisou que em algumas especialidades operatórias a espera pode ir até aos dois anos.


 

 

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