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João XXIII a caminho da beatificação
Vaticano confirma milagre
atribuído a João XXIII
A congregação vaticana para as causas dos santos publicou hoje um
decreto, autorizado pelo papa, a confirmar a autenticidade de um milagre
atribuído ao papa João XXIII.
Esta é a última etapa do processo em curso para a beatificação de
João XXIII, a que João Paulo II presidirá em 03 de Setembro.
No mesmo dia, o sumo pontífice da igreja católica deverá beatificar
outro papa, Pio IX.
João XXIII (Angelo Giuseppe Roncalli) presidiu aos destinos da igreja
católica entre 1958 e 1963 e foi, neste século, um dos papas mais
populares, sobretudo em Itália, onde era conhecido como "o papa da
bondade" e como um progressista apostado na promoção do diálogo
com os não-cristãos e os não-crentes.
Nascido em Sotto il Monte, norte de Itália, em 25 de Novembro de 1881,
Roncalli foi eleito papa aos 77 anos. Autor das encíclicas sociais
"Mater et Magistra", sobre a evolução social à luz da
doutrina cristã, e "Pacem in Terris", sobre a paz entre as
nações, a ele coube a iniciativa de abrir, em Outubro de 1962, o
concílio Vaticano II.
O milagre que lhe é atribuído envolve uma religiosa italiana, Caterina
Capitani, da congregação das Filhas da caridade.
Dada pelos médicos como condenada após uma operação para a ablação
de um tumor no estômago, a religiosa, subitamente, curou-se, por ter -
segundo testemunhou - dirigido as suas orações ao papa João XXIII.
No ano passado, uma comissão médica qualificou de "cientificamente
inexplicável" a cura da religiosa, que actualmente trabalha como
enfermeira num hospital da Sicília.
Dirigindo-se ao papa quinta-feira, o prefeito da congregação para as
causas dos santos, monsenhor José Saraiva Martins, evocou os méritos
de João XXIII no domínio do ecumenismo e da promoção das relações
de fraternidade com os Ortodoxos, os Anglicanos e os Protestantes.
João XXIII "lançou igualmente as bases para uma nova atitude da
igreja católica relativamente aos judeus, promovendo o diálogo e a
colaboração com este", assinalou o prefeito.
O papa deverá também beatificar, em data a anunciar, a religiosa sueca
Marie Elisabeth Hesselblad, morta em Roma em 1957, o religioso alemão
François-Xavier Seelos, morto em 1867, o padre tailandês Nicola
Bunkerd Kitbamrung, morto em 1944 em Banguecoque, o leigo vietnamita
André, morto em 1644, o religioso irlandês Joseph Marmion, morto em
1923, a religiosa indiana Marie Thérèse Chiramel Mankidiyan, morta em
1926.
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