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Teatro
"Sarajevo Blues" estreia sala no Porto

O Teatro Sá e Costa, no Porto, recebe hoje o seu primeiro espectáculo, a peça "Sarajevo Blues", escrita por Henrique Praça a partir de depoimentos do Tribunal Internacional de Haia sobre crimes de guerra na ex-Jugoslávia.
A peça para cinco actores, "voz-off" e vídeo é produzida pela Sete Pés - Projectos Artístico-Culturais e constitui o primeiro ensaio de sala do Teatro Helena Sá e Costa, da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE), ainda sem data de inauguração oficial.
Henrique Praça, simultaneamente encenador da peça, disse que começou a escrever "Sarajevo Blues" a partir da leitura de depoimentos do Tribunal de Haia sobre a guerra na ex-Jugoslávia, mas decidiu acrescentar outros textos por considerar que aqueles "não eram suficientes, do ponto de vista dramático".

Força e paisagens humanas

"Quis fazer da peça paisagens humanas, que fui buscar a vários textos", referiu Henrique Praça, salientando que a escolha do título resultou de "situações bastante fortes", como a destruição de pontes e da biblioteca de Sarajevo, que o marcaram muito.
Além daqueles depoimentos, o autor utiliza na peça um texto seu, "Habitualmente os Dias", e outros de Herberto Hélder, Max Aub, Ésquilo e Dante.
A À Máquina de Emaranhar PaisagensÈ, de Herberto Hélder, deu-me o modo como construir a peça, dramaturgica e cenicamente", disse Henrique Praça, acrescentando que juntou também três textos de "Crimes Exemplares", de Max Aub, excertos de "Prometeu", de Ésquilo, e um verso da "Divina Comédia", de Dante.
"Sarajevo Blues" é o primeiro trabalho profissional de Henrique Praça, que cursou teatro no ESMAE, depois de uma carreira amadora como actor e encenador de teatro para a infância.
O espectáculo será apresentado diariamente (expecto domingo) até 4 de Fevereiro, estando disponíveis apenas os 182 lugares da plateia do novo teatro (que tem também balcão).

Dario Fo em cena no teatro Rivoli

Também hoje no Porto, vai decorrer no Teatro Rivoli a estreia absoluta de "Aconteceu Amanhã", de Dario Fo (Prémio Nobel da Literatura em 1997) e Franca Rame, interpretado pela actriz Júlia Correia.
"São duas mulheres interpretadas, à vez, por uma única actriz. Testemunhas de factos e situações que viveram, violência e crueldade de que são agentes e vítimas. Uma delas é dos Baader-Meinhof. A segunda é mãe de um jovem preso político das Brigadas Vermelhas", disse fonte da produção (Companhia de Teatro de Braga e Culturporto).
"Aconteceu Amanhã" tem tradução de Regina Guimarães, encenação de Rogério de Carvalho, direcção plástica de Moura Pinheiro e banda sonora original de Frederico Serrano.
Depois de hoje, sexta-feira e sábado no pequeno Auditório do Rivoli, o espectáculo será apresentado no Espaço Alternativo, em Braga, entre 03 e 12 de Fevereiro.