Economia e conforto

A grande característica desta nova fonte de energia é o facto de ser mais barata que todas as outras. Além da comodidade e do conforto que oferece aos consumidores, é uma fonte de energia mais barata e menos perigosa, pois não é tóxica. o facto de ser mais leve que o ar possibilita o seu armazenamento em caves, substituindo garrafas e depósitos. Por outro lado, por ser um combustível fóssil mais limpo causa um menor impacte ambiental.
Resultado da decomposição de sedimentos naturais ao longo de milhares de anos, o gás natural está armazenado em jazidas naturais subterrâneas que existem em abundância na Rússia, no Médio Oriente, em África e na Europa Oriental. O gás natural consumido em Portugal provém de jazidas Argelinas, chegando até nós através de um sistema de gasodutos.
Um preço competitivo, aliado ao emergir de uma consciência colectiva de preservação do meio-ambiente e ao desenvolvimento de novas tecnologias, são factores que têm vindo a impulsionar a instalação do gás natural entre a formas de energia mais consumidas em todo o mundo. Segundo a nível europeu, a seguir ao petróleo, em Portugal conseguiu já reduzir o consumo de petróleo, que antes era de 71%, o mais elevado a nível europeu.

 


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Beiragás e autarquia anunciam nova fonte de energia

Gás natural ajuda desenvolvimento regional

2000 foi a data anunciada para a chegada do gás natural à Covilhã. A Beiragás e a Câmara unem esforços e deitam mãos à obra

"Uma decisão inteligente". Foi assim que Carlos Augusto, o Director Geral da Beiragás, classificou a decisão do Governo português de trazer o gás natural para o Interior do país. Em reunião com a Câmara, a empresa deixou claro que no final do próximo ano não só a Covilhã como toda a região já terão esta nova fonte de energia.
Estabelecida desde 1994, a Beiragás (Companhia de Gás das Beiras) conseguiu a concessão de distribuição de gás na Beira Interior para os próximos 35 anos.
O processo de instalação das redes de distribuição de gás está a avançar sem problemas. O primeiro passo foi a construção de dois gasodutos capazes de servir o Interior. Um vem de Portalegre e sobe até à Guarda. O outro vem de Coimbra e vai até Viseu, passando pela Lousã. A Covilhã surge enquadrada em todo este eixo, do qual beneficiará directamente. No momento estão a concurso as redes primárias, que chegam aos grandes centros e cuja construção será iniciada em Abril.

Prioridades

As prioridades da Beiragás abrangem não só os parques industriais como as urbanizações. "No caso específico da Covilhã, temos uma rede que vai ao Tortosendo e uma rede que vem para a cidade para atender a parte doméstica", declara Carlos Augusto. Além da Covilhã e do Tortosendo, o gás natural chegará a outras freguesia, desde que populosas e que justifiquem o investimento, e dependendo ainda da distância a que se encontrarem da conduta principal. A proximidade é, aliás, um factor essencial, que vai também determinar que cidades mais próximas do gasoduto tenham gás natural primeiro. Mas segundo o director geral da Beiragás, a diferença de instalação nos diversos concelhos não ultrapassará os dois meses.

Fazer cumprir a lei

A parceria com a Câmara surge da necessidade de fazer cumprir a lei. De facto, é obrigatório que todos os novos loteamentos estejam equipados com uma rede de distribuição de gás, que tanto servirá para o gás canalizado como para o gás natural, dependendo da opção dos consumidores. Alçada Rosa sublinha que a responsabilidade da Câmara não vai muito além do licenciamento para a passagem das redes de gás. Adianta ainda que "já está em formação uma comissão que começa a estudar as possibilidades de circuitos de distribuição nas ruas da Covilhã". O papel da Câmara estende-se ainda à necessidade de resolver a possibilidade de conflitos entre as redes subterrâneas existentes, nomeadamente as redes da electricidade, da água e da Cabovisão.
A Covilhã exige uma atenção especial em relação ao facto de muitas das suas casas serem bastante antigas, o que certamente dificultará a instalação das redes de gás. Confrontado com esta questão, o responsável da Beiragás declara que a empresa ainda está a estudar essa situação, apresentando como hipótese uma canalização externa.

Energia mais barata

Está planeada ainda uma campanha de esclarecimento da população e das indústrias, que deverá ser lançada no início do próximo ano. O estudo efectuado pela empresa revela que há um mercado crescente para o gás natural, mercado esse que justifica todo o investimento feito na região. "As pessoas já se aperceberam das vantagens desta nova fonte de energia, que não só é mais barata e mais prática, como ainda mais segura e pouco poluente", diz Alçada Rosa, que vê como única desvantagem do gás natural "a necessidade de ter uma rede própria de distribuição, o que não vai ser fácil".
Questionado sobre a possibilidade de aumento dos preços do gás natural, Carlos Augusto não vê como isso possa vir a acontecer, pois esta fonte de energia está a competir com outras, mais enraizadas no mercado, e aumentar os preços não seria uma opção viável para um produto que só agora começa a implantar-se.
A decisão do governo de trazer o gás para o interior insere-se numa estratégia de desenvolvimento regional, que procura deslocar a indústria do litoral para o resto do país.

Catarina Moura

 

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