Veja a reportagem sobre a comemoração dos 25 anos da UBI.
Estão cumpridos os primeiros 25 anos de Universidade da Beira Interior. O aniversário assinalado em 2011 acabou por ser especial por representar também o primeiro quarto de século da academia. João Queiroz, na sua intervenção durante a sessão solene que decorreu no Grande Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde, começou por aludir a isso mesmo. Para o reitor da UBI “há datas que marcam a vida das pessoas e também das instituições, que marcam de forma significativa os seus percursos, os 25 anos da UBI que agora se assinalam vão passar a fazer parte desses momentos especiais”.
O responsável máximo da instituição de ensino superior aproveitou o momento para avançar com algumas linhas fundamentais na continuação e desenvolvimento deste projecto. Queiroz aposta numa forte ligação à sociedade, ao meio empresarial, cultural e desportivo, a todos os sectores que representem um acréscimo de vitalidade dinâmica ao meio onde a UBI está inserida. Esta continuidade na aposta de ligação às empresas “é um dos pontos que integra o Plano de Crescimento 2020”, diz. Nesse sentido, no passado dia 30 de Abril foram já assinados mais três importantes protocolos de parcerias com entidades nacionais que visam a interacção da UBI com as actividades destes organismos. PT Inovação, Galp Energia e Delta Cafés foram as três entidades a protocolar actividades com a academia. “A visão estratégica da UBI passa por um reforço na ligação com seus parceiros, até porque, a academia tem sentido um forte apoio de todos”, garante o responsável máximo da instituição. Este reforço de abertura à comunidade serve também para criar uma nova ligação entre o ensino superior, a empregabilidade, a cultura e a vida social.
Numa altura em que a conjuntura nacional não apresenta sinais positivos, “a UBI está preparada para enfrentar tempos difíceis e continuar um crescimento regrado”. João Queiroz lembra o esforço que tem sido efectuado pela academia e a preparação desta estrutura para estes cenários. Com uma situação financeira estável, com projectos a decorrer e verbas garantidas, o futuro da UBI passa pela criação de novas estruturas de apoio à investigação. O projecto Inovida centra agora as atenções dos responsáveis académicos, com o nascimento de novos laboratórios e projectos direccionados para a área da saúde, mas que irá crescer também para vertentes como as tecnologias informáticas, design e comunicação. Em dia aniversário, o reitor da academia lembrou que os primeiros passos serviram “para uma afirmação da UBI no espaço que lhe foi atribuído”. Queiroz deixou um agradecimento aos dois reitores que o antecederam, a todos os colaboradores e alunos da academia, referindo que “o sucesso é de todos, mas o crescimento e a continuidade deste projecto também”.
Também o ministro da tutela fez um balanço positivo do percurso feito ao longo dos últimos 25 anos. Mariano Gago lembra que “estamos apenas no começo”, mas ainda assim diz ter noção de todo o trabalho já feito na academia. Lembra que Portugal apresenta uma situação bastante singular no que diz respeito ao ensino superior, com uma universidade muito antiga, duas outras do início da república “e um conjunto novo de instituições que tem vindo a ser criado desde a Revolução de 74”. A necessidade de consolidação é uma “prova de fogo” para estas últimas. Daí que o ministro alerte para a necessidade de “manter o rumo da investigação, é aí que está o futuro das instituições”.
Um dos temas que marcou a intervenção do responsável ministerial foi o da possível reorganização da rede de ensino universitário. Mariano Gago explica que “toda a universidade portuguesa tem também de promover consórcios entre instituições para formular percursos escolares diversificados”. No final da sessão o ministro não quis explicar se falava sobre a possível integração dos politécnicos da Guarda e Castelo Branco na estrutura da universidade. Estas novas parcerias são tanto mais importantes num período em que “as organizações vivem cada vez mais da capacidade de atrair os melhores, mas também ter os melhores a funcionar dentro da sua casa”. Para Mariano Gago “as universidades estão agora a disputar os melhores alunos e profissionais e isso é um facto ainda mais crítico para as instituições do interior”.