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João Morgado lança «Livro do Império»
Florence Oliveira · quarta, 21 de novembro de 2018 · O romance histórico de João Morgado é inteiramente dedicado às aventuras e desventuras de Luís Vaz de Camões. |
Foto: Luís Agostinho |
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O lançamento do mais recente livro de João Morgado, «O Livro do Império», teve lugar no Anfiteatro da Parada, na Universidade da Beira Interior, durante a tarde do dia 18 de Novembro. O evento contou com a presença da família, de amigos escritores, da vereadora da cultura da câmara municipal da Covilhã e membros da academia.
A sessão de abertura viu a entrada em cena de duas personagens inusitadas: Luis Vaz de Camões e o Rei D. Sebastião, interpretadas por dois membros das Terras do Viriato, junto com a declaração de um excerto do livro que se inicia com o famoso soneto «Erros meus, má fortuna e amor ardente».
Para apresentar este romance biográfico de Luís de Camões, estavam presentes o Reitor da Universidade, António Fidalgo, antigo professor do autor, e o juiz presidente da Comarca de Castelo Branco, José Avelino.
António Fidalgo começou por realçar a importância da componente cultural que a universidade também tem: «Acredito que este momento seja também um momento universitário, não é só para servir de espaço mas faz, também, parte da essência da universidade». António Fidalgo teceu vários elogios à última obra do seu antigo aluno, chegando a comparar o seu estilo de escrita ao de Ken Follett e de José Rodrigo dos Santos, pois «fazer romances a partir de factos históricos comprovados é uma forma de contar e aprender a história de uma maneira mais agradável».
O terceiro romance histórico de João Morgado não é um texto de interpretação d’ Os Lusíadas, mas sim uma historia ficcionada sobre Camões. Para o reitor «O livro do Império» é um livro das aventuras de Camões na Escrita, da salvaguarda do manuscrito, sobre a passagem pelo período da inquisição. No entanto, o livro de João Morgado vai aparecendo salpicado de excertos da obra camoniana, não só da obra épica mas também da obra poética.
O Reitor da UBI ainda avançou detalhes sobre a construção do livro: divide-se em quatro partes, em que a primeira é dedicada ao regresso a Lisboa de Camões, a segunda intitula-se «o Reino Desejado», a terceira faz referência à inquisição e a última termina com o fim do império. O prólogo tem apenas duas páginas e dá o mote para as aventuras que se seguem. Esta introdução é constituída por um diálogo entre cortesãos que se conjuram para impedir que Os Lusíadas venham ao mundo. Assim se inicia a trama, com este diálogo ficcionado.
Para terminar a sua intervenção, António Fidalgo compara a vida de Camões à de Amadeus Mozart: «É no meio da epopeia dos homens que encontramos alguém a cantar a glória dos deuses».
João Morgado justifica o convite feito ao juiz José Avelino dizendo que «é importante saber como a justiça forma o caracter de um homem» e permite uma abordagem diferente para a sua obra.
O juiz, que se tem dedicado à pesquisa, acredita que é o enredo que o autor cria «que nos motiva a ler e a conhecer Os Lusíadas» e apresenta algumas edições: edição fac-similada, edição popular e a edição da celebração do terceiro centenário da independência de Portugal. Ainda salientou que temos a «tarefa de preservar Os Lusíadas e de o ensinar às novas gerações». Das suas pesquisas, José Avelino também nos traz uma curiosidade: a Vila da Covilhã, por questão económica, foi considerada em 1570 uma vila notável por D. Sebastião.
João Morgado ainda sublinha um detalhe importante do livro: na capa e contra capa, não há uma imagem ou uma referência a Camões, e isto deve-se ao facto de que quando entregou o livro à editora, recebeu a notícia de que, hoje em dia, os livros sobre Camões não vendem, e isso deve-se «à falta de brilho» com a qual se ensina a obra nas escolas, ou então, por terem passado por esse estudo escolar, «acreditam tudo conhecer sobre Camões». Para o escritor, esta situação «reflecte a forma como vemos os nossos heróis e a forma como eles nos são apresentados» e ainda acrescentou que «Camões não é o poeta do povo, porque na verdade, hoje em dia, ninguém mais o lê».
O escritor de «O Livro do Império» terminou a apresentação da obra dando ênfase ao lado politico d’Os Lusíadas, que muitas vezes é esquecido: «perceber a contestação que o livro provocou na época, perceber como se teve de contornar os poderes para que o rei autorizasse a publicação do livro, perceber o jogo de bastidores para que a inquisição também o aceitasse. Os Lusíadas vinham salvar Portugal pela palavra.»
O lançamento do mais recente livro de João Morgado, «O Livro do Império», teve lugar no Anfiteatro da Parada, na Universidade da Beira Interior, durante a tarde do dia 18 de Novembro. O evento contou com a presença da família, de amigos escritores, da vereadora da cultura da câmara municipal da Covilhã e membros da academia.
A sessão de abertura viu a entrada em cena de duas personagens inusitadas: Luis Vaz de Camões e o Rei D. Sebastião, interpretadas por dois membros das Terras do Viriato, junto com a declaração de um excerto do livro que se inicia com o famoso soneto «Erros meus, má fortuna e amor ardente».
Para apresentar este romance biográfico de Luís de Camões, estavam presentes o Reitor da Universidade, António Fidalgo, antigo professor do autor, e o juiz presidente da Comarca de Castelo Branco, José Avelino.
António Fidalgo começou por realçar a importância da componente cultural que a universidade também tem: «Acredito que este momento seja também um momento universitário, não é só para servir de espaço mas faz, também, parte da essência da universidade». António Fidalgo teceu vários elogios à última obra do seu antigo aluno, chegando a comparar o seu estilo de escrita ao de Ken Follett e de José Rodrigo dos Santos, pois «fazer romances a partir de factos históricos comprovados é uma forma de contar e aprender a história de uma maneira mais agradável».
O terceiro romance histórico de João Morgado não é um texto de interpretação d’ Os Lusíadas, mas sim uma historia ficcionada sobre Camões. Para o reitor «O livro do Império» é um livro das aventuras de Camões na Escrita, da salvaguarda do manuscrito, sobre a passagem pelo período da inquisição. No entanto, o livro de João Morgado vai aparecendo salpicado de excertos da obra camoniana, não só da obra épica mas também da obra poética.
O Reitor da UBI ainda avançou detalhes sobre a construção do livro: divide-se em quatro partes, em que a primeira é dedicada ao regresso a Lisboa de Camões, a segunda intitula-se «o Reino Desejado», a terceira faz referência à inquisição e a última termina com o fim do império. O prólogo tem apenas duas páginas e dá o mote para as aventuras que se seguem. Esta introdução é constituída por um diálogo entre cortesãos que se conjuram para impedir que Os Lusíadas venham ao mundo. Assim se inicia a trama, com este diálogo ficcionado.
Para terminar a sua intervenção, António Fidalgo compara a vida de Camões à de Amadeus Mozart: «É no meio da epopeia dos homens que encontramos alguém a cantar a glória dos deuses».
João Morgado justifica o convite feito ao juiz José Avelino dizendo que «é importante saber como a justiça forma o caracter de um homem» e permite uma abordagem diferente para a sua obra.
O juiz, que se tem dedicado à pesquisa, acredita que é o enredo que o autor cria «que nos motiva a ler e a conhecer Os Lusíadas» e apresenta algumas edições: edição fac-similada, edição popular e a edição da celebração do terceiro centenário da independência de Portugal. Ainda salientou que temos a «tarefa de preservar Os Lusíadas e de o ensinar às novas gerações». Das suas pesquisas, José Avelino também nos traz uma curiosidade: a Vila da Covilhã, por questão económica, foi considerada em 1570 uma vila notável por D. Sebastião.
João Morgado ainda sublinha um detalhe importante do livro: na capa e contra capa, não há uma imagem ou uma referência a Camões, e isto deve-se ao facto de que quando entregou o livro à editora, recebeu a notícia de que, hoje em dia, os livros sobre Camões não vendem, e isso deve-se «à falta de brilho» com a qual se ensina a obra nas escolas, ou então, por terem passado por esse estudo escolar, «acreditam tudo conhecer sobre Camões». Para o escritor, esta situação «reflecte a forma como vemos os nossos heróis e a forma como eles nos são apresentados» e ainda acrescentou que «Camões não é o poeta do povo, porque na verdade, hoje em dia, ninguém mais o lê».
O escritor de «O Livro do Império» terminou a apresentação da obra dando ênfase ao lado politico d’Os Lusíadas, que muitas vezes é esquecido: «perceber a contestação que o livro provocou na época, perceber como se teve de contornar os poderes para que o rei autorizasse a publicação do livro, perceber o jogo de bastidores para que a inquisição também o aceitasse. Os Lusíadas vinham salvar Portugal pela palavra.»
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