Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
À procura do sonho africano
Rita Sanches e Francisca Carreira · quarta, 16 de dezembro de 2015 · “O Fato completo ou à procura de Alberto” encerrou o espaço híbrido do Festival Y. O filme, realizado por Inês de Medeiros, foi exibido no passado dia 9 de dezembro, na Cinubiteca da UBI. |
Passagem do filme "O fato completo ou à procura de Alberto" |
21979 visitas “O fato completo ou à procura de Alberto” insere-se na dinâmica do Festival Y, festival de artes performativas. Pela sua componente reflexiva, e por se centrar na temática da luso-africanidade, o evento foi inserido no espaço híbrido. A realizadora do filme, Inês de Medeiros, procurou essencialmente criar um ambiente familiar entre o espectador e as personagens principais, ambos afrodescendentes. A forma como as suas vidas são expostas transporta a audiência para o mundo em que viveram e o país de origem para onde anseiam voltar. É neste contexto que o filme de Inês de Medeiros surge enquadrado no espaço híbrido, espaço de reflexão e de debate da realidade vivida por estes jovens afrodescendentes que abandonaram o seu país devido a problemas socioeconómicos. A necessidade de discutir conceitos e de perceber a realidade de outros povos foi o ponto de partida para a criação deste espaço de debate dentro do Festival Y. Inicialmente, Inês Medeiros procurava um rapaz negro, entre os 16 e os 18 anos para ser o “Alberto” no filme realizado em honra dos seus avós. Isabel de Castro foi logo escolhida para Alice, uma senhora de idade que sente saudades da sua vida em Moçambique. Alice e Alberto deveriam encontrar-se uma noite, em Lisboa, para que o jovem pedisse um fato à senhora e se desenrolasse o filme. No entanto, durante a escolha do Alberto a realizadora ouviu histórias de vida que a marcaram de tal modo que a fizeram alterar o rumo do filme. “O Fato Completo ou À procura de Alberto”, produzido em 2002, passou a ser a história de cada um dos jovens que queriam ser atores porque gostavam da fama ou do dinheiro que iriam ganhar. O espaço Híbrido foi organizado pela “Quarta Parede”, uma associação cultural da Covilhã, que pediu ao projeto um ciclo de dois filmes que se enquadrassem na temática deste ano: luso-africanidade. Ana Catarina Pereira, coordenadora do projeto e docente na UBI, considera que este tipo de filmes deve ser debatidos para que as pessoas possam refletir. A professora diz que o filme é importante para lançar o debate sobre valores muito presentes na sociedade. |
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