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UBIMedical pronto para receber investigação e empreendedorismo da saúde
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 11 de fevereiro de 2015 · @@y8Xxv As obras estão prontas e, depois das últimas afinações, o edifício receberá investigadores e empresas que queiram inovar na área da saúde. Mais de cinco milhões de euros foram investidos numa estrutura que acrescenta mais uma vertente ao cluster da saúde na região. |
O UBIMedical situa-se nas imediações do Hospital Pêro da Covilhã e Faculdade de Ciências da Saúde |
22000 visitas O edifício está concluído e já não falta muito tempo para que os laboratórios dedicados à investigação e as salas de incubação de novas empresas ligadas à saúde encham de vida o UBIMedical, um projeto da Universidade da Beira Interior (UBI) que vem acrescentar mais uma vertente a uma área que começou a evoluir com a criação da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS). O espaço espera a instalação Labfit, a primeira “spin off” com origem na UBI que irá trabalhar na nova infraestrutura e estão já confirmadas mais duas empresas. Construído nas proximidades de duas instituições à qual está naturalmente ligado e com as quais trabalhará intimamente – FCS e Hospital Pêro da Covilhã – o UBIMedical representa um investimento superior a cinco milhões de euros, financiado por programas europeus a 75 por cento. O restante foi pago pela UBI, que acrescenta à capacidade instalada neste setor 1000 metros quadrados dedicados a laboratórios de investigação e uma zona com igual dimensão para receber de empresas que se dediquem desenvolvimento de novos produtos, soluções ou serviços de alta tecnologia.
SAÚDE É LINHA OBRIGATÓRIA Requisito obrigatório: saúde. “O objetivo é servir, tal como a nível internacional, como um acelerador de conhecimento, através da investigação, mas também de transferência desse conhecimento para as empresas”, explica Mário Raposo, vice-reitor para a área Financeira e Projetos, que tem acompanhado de perto a instalação da infraestrutura. Não só na área da saúde, as universidades constituem-se como centros de novas descobertas, a dificuldade reside em fazer chegar esses resultados ao mercado. A forma como o responsável entende que a equação pode ser resolvida “é conseguir que os investigadores, ou eventualmente outros interessados, peguem nas ideias, nas tecnologias, nos produtos e nas patentes que se desenvolvem e transformem isso em coisas comercializáveis”. Este projeto vai mais além e não deixa de olhar para a região que envolve a UBI, que contribui desta forma para um “cluster” importante, ainda que, naturalmente, os progressos que saírem das salas do UBIMedical terão influência em espaços mais abrangentes. Um trabalho que a UBI já desenvolvia antes e que tem assim continuidade com mais condições. “A aposta que tem sido feita na Faculdade, nos equipamentos, nos laboratórios, na requalificação dos recursos humanos é precisamente com o objetivo de ajudar a melhorar a qualidade de vida das populações que vivem aqui”, salienta Mário Raposo.
ÁREA DA VISÃO No caso do UBIMedical esse trabalho incluirá, na investigação na área das ciências da visão, uma colaboração com os centros de saúde da região no âmbito do rastreio da retinopatia diabética. Ou seja os pacientes poderão assim colaborar também nas investigações, através da análise das suas necessidades. Áreas previstas ainda para a estrutura são a bioquímica, biotecnologia, biomedicina, biofísica, indústria farmacêutica, nutrição, medicina desportiva, saúde e bem estar, entre outras. Essa base, no entanto, não é estanque. “Isto não é um espaço fechado. É um sistema aberto e hoje os sistemas de inovação querem-se abertos”, salienta Mário Raposo, defendendo que “a inovação circula entre várias áreas do conhecimento e nós na Universidade sempre procuramos isso”. Assim, a expetativa do vice-reitor é que os laboratórios de partida, considerados prioritários em determinadas áreas, não impedirão a instalação ou potenciação de outras. Em especial o dinamismo empreendedor que se pretende, sublinha o elemento da Reitoria: “A fase seguinte é pegar nessa capacitação laboratorial que existe, conseguir criar um dinamismo que leve à criação de spin offs na Universidade, seja por professores e investigadores, seja por alunos de doutoramento ou de mestrado que venham agora fixar-se e ligar-se a estas empresas e a esses laboratórios que estão aqui instalados”.
AJUDAS NOS CUSTOS LOGÍSTICOS E chegamos à parte dedicada às empresas. Dividido em dois pisos, o UBIMedical destina o superior para os laboratórios e, abaixo, para o empreendedorismo. Sem menosprezo simbólico, porque a dimensão é a mesma e a importância dada à transferência de conhecimento já foi sublinhada. Em termos logísticos, será oferecido o espaço para instalação e funcionamento – custos de eletricidade, limpeza e segurança – um auditório e salas de reuniões, “para receber clientes e falar com outras entidades”, explica Mário Raposo. Os parceiros desta área não têm de estar ligados à UBI. “Podem vir da Universidade – salienta – mas se vierem de fora obviamente que serão bem-vindas e é isso que irá acontecer porque já temos algumas manifestações de interesse de entidades externas”. Uma coisa é certa, o projeto do UBIMedical não vai resultar no sacrifício financeiro de outros setores da UBI. Desenhada para funcionar em funding gap, a estrutura “não é um centro de custos para a Universidade”, explica o vice-reitor para a área Financeira, concluindo: “Tem de gerar receitas para pagar aquilo que consome. Aquilo que se vai fazer é na ótica de gerar rentabilidade”. Tudo isto prevendo o investimento que é necessário nos primeiros tempos. No prazo de 15 anos, os custos terão de ser iguais aos proveitos. |
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