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Póvoa da Atalaia cumpre promessa a São Sebastião com mais uma Festa das Papas
Urbi · quarta, 14 de janeiro de 2015 · A Festa começa na tarde de sábado com um programa gastronómico, cultural e religioso. Não vai faltar a distribuição das papas confecionadas pelas famílias da localidade fundanense. |
O cortejo das papas é um dos pontos altos da festa (Foto Jornal do Fundão) |
21984 visitas Festa em Honra de São Sebastião ou Festa das Papas. Duas designações que podem ser usadas para a celebração que tem lugar no fim-de-semana na Póvoa da Atalaia. Esta localidade do concelho do Fundão preparou um programa que inclui animação popular (atuação de grupos de bombos e ranchos folclóricos), momentos gastronómicos (confecção de papas e filhoses e demonstração de iguarias da terra) e religiosos (celebração da Missa). Um dos pontos altos da Festa será o Cortejo das Papas, acompanhado da Banda Filarmónica União de Santa Cruz da Aldeia Nova do Cabo, no domingo, dia 18, às 14h00. “Após o cortejo serão confecionadas papas e filhós ao vivo, sendo posteriormente distribuídas”, anuncia a organização. A tradição de festa assenta numa lenda que conta a história de, em tempos remotos, a região ter sido vítima de uma praga de gafanhotos. A população da Póvoa da Atalaia, devota de São Sebastião, tratou de fazer uma promessa ao padroeiro para que poupasse a aldeia e protegesse as colheitas, constituídas maioritariamente por cereais. Em troca, iriam oferecer papas de carolo e coscoréis, feitos com o que resultasse das colheitas salvas. Conta-se também que todas as terras vizinhas sucumbiram à praga, mas que a Póvoa da Atalaia foi poupada, sendo que os pequenos predadores foram morrer, “por milagre”, à porta da capela de São Sebastião situada na aldeia. Restou então aos seus habitantes cumprirem a promessa, o que acontece ao terceiro domingo de janeiro. Ano após ano, metade dos lares fica encarregue de elaborar as papas de carolo, sendo que o chafariz, no centro da aldeia, divide os bairros que, alternadamente, se encarregam de preparar a festa em grupos de 25 famílias. Depois da missa, as 25 mordomas, com os cestos à cabeça, desfilam em cortejo até à capela do padroeiro, onde as papas são benzidas e distribuídas a toda a população. Depois são os homens que entram ao serviço, envergando panos de linho bordados nos ombros e, com a ajuda de pequenos açafates também decorados com linho, distribuem as papas cortadas em pedaços pelos presentes. |
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