Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Mesa de Jornalismo da segunda edição do JDM
Cristiana Borges e Bruno Coelho · quarta, 10 de dezembro de 2014 · Continuado
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Pedro Leal, Pedro Monteiro e Diogo Queiroz de Andrade na Mesa de Jornalismo com João Canavilhas, um dos organizadores do Congresso |
21969 visitas A tarde do primeiro dia de congresso, ficou marcada pela Mesa de Jornalismo onde Diogo Queiroz de Andrade do jornal digital Observador, Pedro Leal da Rádio Renascença e Pedro Monteiro do Expresso Diário falaram do seu trabalho à assistência e debateram os projetos profissionais dos quais fazem parte. Diogo Queiroz de Andrade, foi o primeiro a falar e começou por avançar estatísticas sobre o Observador. “O acesso ao observador.pt é feito na sua maioria por via mobile, tendo atingido uma média de 42% de acessos no mês de novembro” e um pico máximo de 62% desde o seu lançamento, o que Diogo arrisca definir como “uma taxa superior à média de utilização em Portugal apesar de não existirem dados”. Apesar de ter apenas 6 meses, o projeto Observador alcançou rapidamente um sucesso, que o jornalista justiça com o facto de ter sido pensado unicamente em formato digital, dando prioridade ao mobile e pondo em segundo plano o desktop. Sendo o site responsive e com um feed contínuo a experiência de consumo torna-se igual em todos os suportes, algo único em Portugal. A aplicação do Observador sofreu há um mês e meio uma remodelação, o que se consubstanciou numa migração das sessões para a mesma (88%) no dobro de utilizadores em relação á versão anterior e num aumento do tempo médio de utilização para 11%. Os motivos? “As pessoas querem uma experiência cada vez mais próxima da realidade”, explica Diogo Queiroz de Andrade, referindo que o próximo passo do jornal digital será convencer os anunciantes a colocar publicidade em mobile, classificando como “disparate” esta falta de investimento que ainda existe. “Testar e perceber o que as pessoas querem e como querem a experiência em mobile” também é um dos objetivos da equipa que tem em conta o facto de se estimar que em 2020, 80% dos adultos no planeta terão um smartphone, utilizado para consumir internet e que provocará taxas de utilização de 80 a 90%. “Não digo que o jornalismo vai ser só em mobile mas de uma coisa tenho a certeza se não for essencialmente assim, desaparece”, terminou. Com um pé bem assente no tradicional e outro a pisar levemente o digital, o diretor-adjunto de informação e responsável pela área de conteúdos digitais da Rádio Renascença, Pedro Leal, começou por referir que na RR ainda se está a reformular o site e as aplicações que têm já 3 anos, por motivos de uma crise financeira que a estação radiofónica sofreu. “O que neste mundo (digital) é uma eternidade” afirma. Apesar do atraso, que Pedro admite ter, a Renascença aposta numa política editorial caracterizada pela rapidez com que é dada a informação mas também na veracidade. Perante a dúvida e mesmo com os prejuízos que isso posso causar, Pedro Leal , explica que a RR, não avança com a informação, trabalhando assim em manter uma imagem fiável e credível. Esta situação, como esclarece o jornalista, traduz-se num “esforço diário para adotar estratégias apelativas com temas menos atrativos” e em ir para além dos que as pessoas falam nas redes sociais, uma afirmação que causou um debate, no fim da sessão, entre o representante da Renascença e o do Observador, que por sua vez defende citando o professor João Canavilhas que “a notícia tem de estar onde estão as pessoas”. Pedro Monteiro, encerrou a Mesa de Jornalismo mostrando o projeto Expresso Diário lançado há uns meses atrás e que vai de encontro ao que o professor Marcos Palácios havia referido na Conferência Inaugural. Um dos objetivos do Expresso Diário foi preencher a lacuna informativa que existia na leitura ao final do dia, o que resultou num diário vespertino com uma “súmula do que realmente importa perceber, fazendo a análise no próprio dia, com a opinião do Expresso e com os temas que marcam a atualidade”, o que resultou em 8 mil leitores diários, 37% dos quais fazem o acesso em mobile. O futuro do Expresso Diário passa pela colaboração com o negócio da vertente digital com a luta pela manutenção do meio tradicional impresso. “Não é fácil produzir conteúdos realmente multimédia em redações que são ainda tradicionais. A redação ainda não pensa no “digital first” mas sim em aumentar os números em papel”, revela o responsável no grupo Impresa pela área dos conteúdos digitais pagos. Pedro Monteiro, acrescenta também que em 2015 está pensada uma mudança na redação e nos sites de forma a eliminar problemas de usabilidade.
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