Foi da forma mais direta possível que José Afonso Júnior deu o pontapé de saída para o JDM. Professor e investigador na Universidade Federal de Pernambuco, José Afonso iniciou a sua intervenção intitulada “Fotojornalismo em tempo de mobilidade: os jornais precisam de fotógrafos?” respondendo sem rodeios: “Os jornais substituíram os fotógrafos pelos próprios jornalistas”. Ao longo da sua apresentação o destaque foi para a mudança do ecossistema da fotografia na notícia, referindo que as mudanças acontecem ao nível das práticas e das rotinas de produção e na forma como esta dialoga com a sociedade. A falta de modelos, recursos e reconhecimento da fortuna histórica do fotojornalismo foram apontados pelo orador como um grande problema.

Iluska Coutinho, professora na Universidade Federal de Juiz de Fora apresentou o tema: “Televisão e Dispositivos Móveis – Novos modos de produção e consumo do jornalismo audiovisual brasileiro”, onde sublinhou a resinificação do termo televisão devido ao facto de ela ser cada vez mais hibrida. A “migração das audiências para outras plataformas” levou a uma alteração do consumo de telejornais, que consequentemente também se realizam, hoje, nessas plataformas, referiu Iluska acrescentando que este é um facto que leva à apropriação dos conteúdos audiovisuais por parte dos espectadores que se tornam também produtores. “Como se transforma o material digital dos leitores em material noticioso?”, questionou a professora que defende que estes nunca poderão ser considerados produtores mas apenas colaboradores.

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