Foram poucos os que se deslocaram ao Teatro Cine no passado dia 29 de Outubro, para assistir à atuação do grupo espanhol Panikós. As cerca de 30 pessoas presentes, todas elas sentadas em círculo à volta do palco, puderam ver um teatro diferente do habitual: uma performance sobre as fronteiras físicas e mentais geradas por situações de pânico nas sociedades modernas, um terreno movediço em que os princípios e valores perdem para o sentido de sobrevivência. As duas artistas espanholas explicaram os sintomas que o Homem expressa quando está sob tensão, nervos e pânico.

As peças do Panikós, grupo pertencente à companhia holandesa Medea 73, são sempre baseadas em casos da vida real e têm como objetivo “fazer com que as pessoas criem uma opinião sobre as diferentes coisas que vão sendo representadas”, coisas essas que “provavelmente são moralmente incorretas” sublinha Lorena Briscoe, uma das artistas.

Para Gonçalo de Morais, espectador, "foi uma peça interessante do ponto de vista da relação que as atrizes conseguiram criar entre os temas que falaram no espetáculo". Uma vez que a performance das artistas incidiu sobre a sociabilidade e a reflexão sobre a existência humana, centrando-se nas emoções e ações involuntárias do homem, Gonçalo refere que "é um trabalho que faz pensar sobre estas questões que muitas vezes nem sequer se questionam".