O enorme cubo cinzento de 33 metros de altura rasga a paisagem e ganha relevo sobre a Cova da Beira. No interior deste espaço que mais parece uma caixa forte vão trabalhar, para já, 400 técnicos. Um número que diz respeito, maioritariamente a recursos humanos com qualificações universitárias e que pode vir a aumentar na medida da resposta do mercado a esta nova aposta da Portugal Telecom. Para além destes 400 postos de trabalho diretos, a telefónica portuguesa espera criar mais mil postos de trabalho de forma indireta.

Esta estrutura de números e dimensões de relevo significativo preenche um ciclo de transformação tecnológica da PT, iniciado em 2008, com o lançamento do MEO. O Data Center da Covilhã é um dos maiores centros de dados do mundo, a diferença deste complexo está agora nas suas capacidades inovadoras que o tornam mais eficiente e ecológico, logo, mais versátil e também mais acessível do ponto de vista dos valores dos serviços praticados.

Zeinal Bava, agora responsável pela companhia brasileira “Oi”, foi o mentor desta aposta. Momentos após a entrada em funcionamento da nova estrutura, Bava dizia que “o futuro deste data center passa pela venda dos seus serviços na Europa e no mundo, sobretudo com clientes brasileiros. A parte mais difícil começa agora”, confessa. Segundo o anterior presidente da PT, “hoje temos uma infraestrutura invejável e somos capazes de oferecer um produto com a maior segurança e o melhor preço. Estamos prudentes e confiantes”. No dia de inauguração deste espaço foram assinados cem contratos com clientes que vão desde empresas multinacionais de informática, até à Câmara da Covilhã.

Para já Zeinal Bava anuncia a desativação dos data center de Tagus Parque e de Carnaxide e a migração dos serviços para a Covilhã. Uma cidade escolhida, para além de outros pressupostos, pela presença da Universidade da Beira Interior. Bava faz alusão à academia beirã em todas as intervenções sobre o novo centro de dados e lembra que a própria PT tem uma política de contratação de estagiários e em contra ciclo “está a abrir cerca de 150 vagas por ano. A nossa ideia é fazer o mesmo com a universidade instalada na Covilhã. Uma parte dos estagiários vai sair de lá, a ligação da PT com as universidades tem funcionado muito bem, Aveiro e Porto são alguns dos bons exemplos que queremos replicar aqui na Covilhã”.

Palavras que vão ao encontro das intervenções de António Fidalgo. O reitor da academia, também presente nesta sessão inaugural diz que “as relações com a PT devem ser reforçadas ao nível do ensino e da investigação. A universidade dá aquilo que tem e recebe muito, dá conhecimento, dá licenciados, mestres e doutores, temos já doutorandos a trabalhar nesta área, em parceria com a PT e também dá apoio ao nível de cursos de especialização”. Neste último caso, os melhores alunos de várias formações que estão ser ministradas na academia vão ser contratados pela PT. Fidalgo confessa ainda que “há uma estreita colaboração para promover novas atividades. Em relação a este data center não se trata apenas da informática, há aqui muita engenharia envolvida qua passa pela energia, eletromecânica, mecânica e a universidade está interessada num parceiro tecnologicamente avançado como a PT”, sublinha.