“Jornalismo em médias móveis. Entre a transposição 2.0 e os produtos autóctones” foi o título da conferência que decorreu no dia 15 de novembro, pelas 16 horas, no Anfiteatro 1 da Faculdade de Artes e Letras da UBI, inserida no Congresso Internacional: Jornalismo e Dispositivos Móveis.

Suzana Barbosa, que dirige neste momento um projeto intitulado Laboratório de Jornalismo Convergente (LJC), inserido no âmbito do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Online (GJOL), teve a seu cuidado o desenvolvimento do tema, tendo como principais objetivos a transição da Web para a App e também dar a conhecer alguns dos dados já recolhidos no âmbito da pesquisa que realiza para o GJOL.
Para a oradora, “o título da conferência, por si só, já diz algo”. A apresentação foi dividida em duas partes, uma primeira mais de reflexão teórico-conceitual, para que num segundo momento se falasse sobre a pesquisa que está a ser desenvolvida no âmbito do GJOL, que conta com professores consultores em Portugal, França e na própria UFBA.

A pergunta “Como chegamos à quinta geração do jornalismo digital?” despertou a curiosidade e prendeu a plateia. Suzana Barbosa nunca considerou apenas a Web, “mas também, e em paralelo, outros dispositivos através dos quais se distribui informação jornalística”. Segundo a oradora, “já foi feita uma grande caminhada desde o jornalismo tradicional para o digital”. Para que agora exista uma quinta geração, existiram, certamente, quatro gerações antes desta. No entanto, essas primeiras “fases não são estanques, nem todos [os meios] estão acompanhando esse percurso de evolução, mas o que a gente chama de meios de referência, sim”.
De acordo com a oradora, esta quinta geração caracteriza-se por possuir uma “lógica que não seria a da dependência ou da oposição entre meios”, uma “atuação resultante do imbricamento entre multiplataformas, conteúdos que são gerados, disseminados e circulantes entre essas plataformas e um  fluxo horizontal que estaria relacionado com a integração de processos e produtos, o que resultaria num contínuo multimédia”.

No que toca a uma perspetiva futura, Suzana Barbosa entende que “estamos vivenciando um momento que é de crise para muitos, efetivamente com operações impressas deixando de existir, vamos ver se para a frente teremos muito mais produtos que serão somente digitais”. Adiantou ainda que esses meios móveis seriam os agentes que trariam a reconfiguração de todos os processos jornalísticos, desde a produção à publicação, distribuição e circulação de conteúdos.
Apesar do elevado número de novas aplicações para os dispositivos móveis, os dados recolhidos pelo LJC revelam que para muitas empresas de comunicação ainda é um desafio lidar com mudanças tão rápidas.