O tema foi desenvolvido por Ramon Blanco com base em três pontos: Contextualização, Geopolítica da Pobreza, e Realidade Pós Guerra Fria.

No primeiro parâmetro compreendeu-se que quando se fala em segurança e desenvolvimento, estas são ideias distintas que ocorrem em paralelo, mas actualmente há um adensamento da relação entre ambas as noções. Hoje há igualmente a inclusão de outras noções, tais como as de conflito e/ou de paz. Passa a haver uma narrativa triangular: Segurança, Desenvolvimento e Paz.

No segundo ponto concluiu-se que a ideia de modernização volta a ter força no período Pós Guerra Fria. Este período iniciou-se com uma Europa destruída, em que se deram progressivamente ondas de democratização, e inúmeros países entram no sistema internacional, o que trouxe uma reestruturação política e novas formas de modernização e (re)organização das estruturas políticas, económicas e sociais.

Em suma, o desenvolvimento é entendido como sendo influenciado pelas teorias de modernização, sendo visto como centrado na industrialização, e não por acaso perspectivado essencialmente como crescimento económico. A segurança compreende-se como estabilidade do bloco de influência centrado no Estado. E por fim, a democracia, que actualmente é um elemento central e muito importante entre desenvolvimento e segurança, mas que no contexto da Guerra Fria era marginalizado pois a prioridade era a ordem internacional.

Por último, num contexto de Guerra Fria, percebeu-se que o desenvolvimento era compreendido como a contenção dos outros, estando intimamente ligado à industrialização. Assim a relação entre desenvolvimento e segurança era limitada a um ordenamento e estabilidade internacional. Contudo, no fim deste período surgem enormes transformações na realidade internacional, e a Segurança e Desenvolvimento são apresentados como instrumentos para a construção da Paz. Resumindo, sem segurança não há desenvolvimento, sendo que este também reforça a segurança.