Conhecido como o patrono dos cardadores, beato Francisco Álvares vai agora ser relembrado no Museu de Arte Sacra da “cidade neve”. Esta atividade está inserida na festa litúrgica que lembra os 40 mártires do Brasil. Ao longo de todo o mês de julho decorrem diversas atividades inseridas no âmbito desta temática.
Ao longo de todo o mês a mostra vai ter patente a imagem que data de 1892 e que os cardadores das fábricas do concelho colocaram na então igreja da freguesia de Santa Marinha. Um dos pontos altos dessas iniciativas será a palestra proferida pelo padre João Caniço, no próximo dia 20 de julho, onde se irá falar da história dos jesuítas na Covilhã. Entre 17 e 20 de julho decorre também uma atividade teatral sobre a vida e obra do beato covilhanense. Para 21 de julho está agendado um percurso pedestre denominado “Rota dos Jesuítas”. Um percurso que tem o seu início agendado para as 10 horas na igreja do Sagrado de Jesus, com passagem pela igreja de Santa Maria, visita à casa onde nasceu Francisco Álvares, na zona de Santa Marinha, e outros locais onde os jesuítas desempenharam a sua atividade pastoral.
Francisco Álvares nasceu na Covilhã, na paróquia de Santa Marinha, em meados do século XVI, sendo filho de António Afonso e de Brites Álvares. A 21 de dezembro de 1564, entrou na Companhia de Jesus, no Colégio de Évora. A 5 de junho de 1570, integrou uma expedição de missionários jesuítas, liderada por Inácio de Azevedo, que zarpou rumo ao Brasil. A viagem terminou a 15 de julho quando a nau onde seguiam foi atacada por uma frota de piratas comandada por Jacques Sória. Os missionários foram feridos, alguns mortos de imediato e atirados às águas. Francisco Álvares foi lançado ainda vivo ao mar. O Papa Pio IX, em 1854, beatificou os 40 mártires do Brasil entre os quais se incluía Francisco Álvares. A Companhia de Jesus prossegue hoje com o objetivo de canonização destes 32 portugueses, três dos quais da diocese da Guarda, e oito espanhóis.