Paço 100 Pressa

De palácio a Bed & Breakfast, Restaurante e Wine Bar

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No centro antigo da cidade, longe do ambiente fabril, muitas casas também traduzem a decadência e encontram-se em elevado estado de degradação. Aqui, além dos operários, viviam as famílias ricas da cidade, muitas delas proprietárias das fábricas dos lanifícios. Hoje, a dualidade entre o antigo e o moderno está também presente por aqui. Num dos recantos do centro histórico da cidade, ouve-se jazz. As pessoas conversam alegremente num momento descontraído. Estamos no coração da Covilhã, noutro espaço peculiar com interesse cultural, que conquista primeiro o olhar e depois o paladar. Aqui passa-se sem pressa, com tempo para disfrutar dos encantos da vida e da cidade que tem cheiro a serra. 

Encontramo-nos num edifício residencial com mais de um século de vida, cuja história se funde com a de uma cidade marcada pelo poder de uma burguesia industrial ativa noutros tempos. As paredes exteriores, hoje pintadas de cinzento escuro, iluminam a Travessa de São Tiago, chamando a atenção por entre as imensas casas em ruínas. O portão branco abre-se para o pátio onde se escuta música e água a correr no tanque onde outrora se lavava a roupa. Todos os elementos, incluindo máquinas de costura e um pequeno tear, adquiriram contornos modernos e sofisticados, mantendo fiel a memória da indústria dos lanifícios. Quem passa é convidado a entrar, sentar-se e ficar.


Palácio centenário com caraterísticas ecléticas, o espaço está hoje dedicado à hotelaria, rebatizado como Paço 100 Pressa. São três as valências do edifício com interesse arquitetónico: Bed & Breakfast, Restaurante e Wine Bar. Construído sob uma mina de água, possui um pátio de inverno, um antigo torreão com vista sobre a Cova da Beira, um lavadouro e um terraço, atualmente modernizado e apelidado de rooftop. 

A ideia de reconstruir o palácio e fazer dele um sítio que preservasse as caraterísticas originais foi de João Paulo Fazenda, natural da Covilhã. Hoje com 47 anos, o empreendedor viveu grande parte da vida em Lisboa, mas regressou às origens com o intuito de investir em algo que trouxesse inovação à cidade.


"Recuperámos tudo o que era possível recuperar"

João Paulo Fazenda


Já com experiência em recuperação imobiliária, quando se colocou a hipótese de regressar à cidade serrana, João Fazenda investigou e acabou por encontrar o antigo palacete erguido no final do século XIX, dividido em três prédios. O processo de aquisição do palacete e toda a reconstrução do imóvel foi rápida, uma vez que o projeto incluía manter os traços originais da casa, dando-lhe apenas um toque de modernidade e conforto. A ideia de João Fazenda era abrir o espaço à Covilhã e não o restringir somente aos clientes do mini hotel. 

“Mantivemos a estrutura do palacete, o chão continua em soalho, conservámos tudo o que era pedra, deixando-a à vista. Recuperámos o que era possível recuperar e tudo foi mantido no seu estado de origem”, realça João Fazenda. A decoração é do estilo vintage e incui mesas de costura, bancos de cinema e uma televisão a preto e branco.