A língua, pois claro
Quem interagir com Sara Hummeid facilmente perceberá que, volvidos quatro anos, a jovem síria possui um domínio invejável da nossa língua. No entanto, nem sempre foi assim. Na hora de apontar a maior dificuldade aquando da chegada a Portugal, a resposta surge na ponta da… língua.
Assim que chegou, em 2014, com o segundo semestre em pleno decurso, Sara Hummeid inscreveu-se de imediato em duas cadeiras para poder ter o primeiro contacto com a língua portuguesa em contexto académico. No início, para além das aulas em que “pouco ou nada percebia”, frequentava um curso de línguas com a duração de três horas por semana que não permitiu ir além do básico.
Ao sentir que precisava rapidamente de alargar o seu léxico, foi-se inscrevendo em todos os cursos de português que a universidade ia disponibilizando e frequentou outros dois em Lisboa. Com “o apoio dos professores e a ajuda dos colegas que melhor sabiam falar inglês”, o semestre teve um final feliz: Sara Hummeid conseguiu aprovação a ambas as cadeiras, destacando ainda a importância da assiduidade às aulas para o cumprimento desse objetivo.
A partir daí, faltava compreender um “sistema de ensino muito diferente, com aulas práticas, frequências e ainda exames”, sem esquecer a complexidade dos tempos verbais: “em árabe é muito mais fácil, só temos três tempos”, atira, entre sorrisos.