O lado público desta causa
Ainda que o modo de atuação seja distinto, o número de resgates feitos pelo Canil Municipal é semelhante ao da Instinto.
Hélder Bonifácio, médico veterinário do Canil Municipal da Covilhã, admite que a Instinto “faz uma atividade importante na cidade” e, deste modo, surge como uma entidade que permite aliviar o crescente fluxo de animais que, dia após dias, surgem abandonados.
O canil, ao constituir-se como um órgão da Câmara Municipal, existe fundamentalmente por uma questão de saúde pública, na medida em que ao permanecerem na via os animais podem representar um perigo para os utentes.
O facto de, no último ano, ter surgido uma lei que proíbe abates nos canis municipais e obriga à esterilização é objeto opiniões muitos díspares. Para Hélder Bonifácio, a filosofia encontra-se correta mas o modo apressado como foi implementada revela uma fraqueza, tendo em conta que “somente daqui a 6 anos é que podemos ter resultados”.
A proibição dos abates, conjugada com o fator da finitude dos espaços, gerou, no canil, uma sobrelotação, pois quando estes estão cheios, não há maneira de reduzir o número de animais e também não há recursos para acolher mais.
“Infelizmente, as adoções estão a ser feitas cada vez mais lentamente, não atingindo os números pretendidos. É necessário incutir nas pessoas uma maior consciencialização para este problema que afeta toda a comunidade. Se as adoções não aumentarem e, consequentemente, a sobrelotação dos canis conduzir a um número elevado de animais vadios, irá haver um grande problema de saúde pública”.