MONTE ABRAÃO: Natal tradicional
As casas enchem-se de gente, fazem-se os doces típicos da época e o convívio é essencial.
> Mafalda DinisEm Monte Abraão, freguesia da cidade de Queluz, os enfeites da época natalícia são inexistentes. No dia 24 nas ruas apenas se vêem as pessoas que ainda têm compras a fazer no comércio tradicional, e trânsito é muito para os que preferem os centros comerciais, que estão abertos até às 19 horas. “Na cidade há muito este hábito, e como português que sou, compro tudo na véspera de natal”, confessa Francisco Faria.
Durante a tarde, para além das compras, fazem-se os últimos preparativos para a noite de Natal. A casa fica cheia, fritam-se as filhós, os sonhos, fazem-se as rabanadas, os doces, prepara-se o bacalhau, as couves e o peru para o jantar. Depois de tudo cozinhado, coloca-se a mesa com o melhor serviço de pratos, copos e talheres da casa, porque segundo Maria da Glória Faria “deve-se usar o que se tem de melhor, porque Natal é uma vez por ano, e para além de ser uma época especial, é celebrada em família”.
Após a ceia de Natal, convive-se à mesa, onde entre cada conversa se vão petiscando os doces típicos da época com sabores irresistíveis. O café dá lugar ao cacau e esperam-se as doze badaladas enquanto se recordam os bons tempos em família. Quando o relógio dá a meia-noite, trocam-se as prendas, “pequenas lembranças” como refere Maria Ivone Diniz, acrescentando que “os presentes são para as crianças, e a festa de Natal é para todos”.
O dia seguinte, 25, começa com a missa, pelas 9 horas, na Igreja de Nossa Senhora da Fé. Luciano Coelho é católico e vai todos os anos à missa do dia 25: “a missa deste dia é a mais importante do ano, é quando se celebra o Nascimento do menino Jesus em Belém”.
Ao meio-dia é servido o almoço, come-se cabrito acompanhado de um bom vinho, e em seguida as sobremesas da noite anterior. Muitas famílias têm pela frente uma longa viagem de regresso a casa. Para quem fica, a tarde é passada em família, fazem-se os telefonemas a desejar as boas festas para aqueles que se encontram longe, e conversa-se a tarde toda.
À noite, come-se a tradicional roupa velha, feita com as refeições anteriores, onde se terminam os doces da noite de Natal, e se repartem alguns pela família para nas suas casas se deliciarem com os doces da época.
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