Voltar à Página da edicao n. 516 de 2009-12-08
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
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      Edição: 516 de 2009-12-08   Estatuto EditorialEquipaO Urbi ErrouContactoArquivo •  

“A afirmação da UBI está na qualidade e na internacionalização”

> Eduardo Alves

Urbi@Orbi – Então é a favor de uma “união” entre universidade e politécnicos, na Beira, ou apenas uma linha de acção estratégica comum?
João Leitão – [
Ver Resposta] – Defendo um novo conceito de “coopetição”. Ou seja, uma competição e uma cooperação, feitas numa base simultânea. É importante trabalhar em rede com os institutos politécnicos da região, mas também com os restantes. É também importante trabalhar com outras universidades, mas na mesma lógica. Este modelo integrativo vai ser frutífero para todas as instituições, até porque, isso é que vai permitir funcionar em consórcio e sobretudo, à semelhança daquilo que aconteceu muito recentemente, apresentar candidaturas onde as universidades, os institutos politécnicos, as entidades camarárias e as entidades empresariais podem efectuar a formatação de projectos conjuntos numa lógica de longo prazo, mas cooperando. Isso não invalida que, de alguma forma, possam competir, mas evitando erros do passado, designadamente, a repetição de valências e algumas formas de competição que não ajudam em absoluto a afirmação internacional, não só da região, mas das instituições que nela operam.

Urbi@Orbi – Trata-se de uma conversa sobre Inovação, essencialmente, uma vez que chega a defender a criação de ministério específico para esta área?
João Leitão – [
Ver Resposta] – Já existe um Ministério da Economia e da Inovação, e há também secretarias de estado que têm vindo a implementar as políticas de eficiência energética e uma estratégia para o sector da energia que é reconhecidamente inovadora, no contexto europeu e mundial naquilo que é a procura de sustentabilidade pela identificação de formas alternativas de energia. Mas a minha sugestão ia mais no sentido da criação de um Ministério do Empreendedorismo. Essa seria uma iniciativa inovadora.
Aquilo que tenho visto por essa Europa fora e fazendo referência ao caso específico da Holanda, não existe presentemente um ministério do empreendedorismo, mas existe um gabinete que funciona como um órgão de staff em ligação directa com o primeiro ministro, visto que a problemática do empreendedorismo é transversal aos diferentes ministérios.
Quando se fala em empreendedorismo, algumas pessoas são tentadas a pensar exclusivamente na capacidade individual para a formalização de uma ideia de negócio e que resulte na criação de uma unidade empresarial. E o empreendedorismo é muito mais do que isso. Há formas de empreendorismo internas à organização, há empreendedorismo corporativo, designadamente do ponto de vista organizacional que deve estar plenamente integrado naquilo que é a estratégia da organização.
Há sobretudo a necessidade de hoje pensar o empreendedorismo como sendo um órgão transversal às diferentes áreas e que pode trazer, por um lado, a auscultação daquilo que são as necessidades nas diferentes áreas de actividade económica e social, mas sobretudo, no desenvolvimento daquilo que são, por exemplo, inovações que podem ser classificadas em termos incrementais ou em termos radicais.
Volto a falar na questão da inovação porque se esta for incremental, não altera substancialmente aquilo que é a estrutura de custos das diferentes actividades. Se ela for radical, torna obsoleto o conjunto de referências que a precedia. Isso significa que a preocupação da inovação, é que toda e qualquer ideia pode ser aproveitada e reabilitada numa lógica de eficiência e isso é que é o pensamento económico da inovação. Ou seja, aquela que permite reduzir o custo enfrentado em termos marginais, no desenvolvimento de uma determinada actividade. Isto aplicado, quer ao sector público, quer ao sector privado, tem uma importância fundamental, porque hoje trabalhamos com recursos escassos e se, de alguma forma, não conseguirmos reduzir custos, não temos, nem margem, nem equilíbrio financeiro.

Urbi@Orbi – Pretende então desenhar uma UBI mais dinâmica e eficiente?
João Leitão – [
Ver Resposta] – Quando aceitei o honroso convite que me foi dirigido pelo senhor Reitor, o meu propósito foi integrar uma equipa dinâmica, jovem e orientada para a qualidade e sobretudo, para o empowerment das pessoas, ou seja, conseguir desenvolver mecanismos internos e externos que permitam extrair o melhor das pessoas que colaboram nesta organização.
O aspecto, já referido, da localização, pode ser em muito superado se, de acordo com o nível de entusiasmo e de empenhamento que as pessoas coloquem no desenvolvimento das suas actividades. Aquilo que também posso já dizer é que a UBI está apetrechada, nos diversos sectores e nas suas diferentes unidades orgânicas, de recursos humanos qualificados, motivados e sobretudo entusiastas por aquilo que é a causa da própria universidade. É preciso agora sentirem que essa orientação para a qualidade tem um fim e esse fim é a afirmação internacional da UBI. Para que isso seja feito, temos de cumprir exigências e também orientar a nossa actividade em função de um plano estratégico devidamente delineado, mas sobretudo, em torno de parâmetros que são internacionalmente reconhecidos.
Uma forma que se considera extremamente importante para se diferenciar a UBI no panorama internacional, é expandir aquilo que já é reconhecido como uma boa prática de ensino centrado no aluno, a todas as suas áreas, a todas as suas unidades orgânicas e perceber, em termos definitivos, a importância da investigação e do desenvolvimento. Ela é uma vertente da missão de qualquer universidade, mas da nossa particularmente, porque estamos numa fase de crescimento, e felizmente podemos falar nisso, mas para que haja um crescimento com sustentabilidade tem de haver uma afirmação de acordo com regras e critérios de avaliação que são validados em termos internacionais.

Os alunos são o mais importante desta universidade

Perfil de João Leitão

A UBI tem excelentes capacidades

Existe um forte apoio às empresas



"Pretendo desenvolver mecanismos internos de forma a promover um melhor trabalho"


Data de publicação: 2009-12-08 00:01:00
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