Voltar à Página da edicao n. 478 de 2009-03-17
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O Gabinete de Estágios da UBI foi um dos organismos em destaque nesta reunião de trabalho

UBI como factor de coesão regional

A Universidade da Beira Interior é um dos principais pólos dinamizadores da região. Esta foi uma das principais conclusões do encontro promovido pelo Observatório do Emprego e Formação Profissional, na passada semana, na Covilhã.

> Eduardo Alves

Alcino Couto, docente da Universidade da Beira Interior, foi um dos oradores na Conferência Regional da Região Centro, promovida pelo Observatório do Emprego e Formação Profissional, que decorreu na passada sexta-feira, 13, na Covilhã.
Um dos anfiteatros da Faculdade de Ciências da Saúde acolheu este evento foi onde pretendeu fazer um retrato fiel do desemprego na Beira Interior, mas também, do papel das instituições universitárias e dos licenciados no mercado de trabalho. Para além dos números do desemprego foram ainda apresentadas diversas medidas para o combate a este flagelo social. A mais importante, e que reuniu o consenso dos participantes, é precisamente a da necessidade de formação superior. Nas diversas comunicações apresentadas, quer por membros da Universidade, quer por responsáveis do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o papel da UBI na região destaca-se.
Foi precisamente nessa matéria que o docente da instituição covilhanense pegou para basear a sua comunicação. Alcino Couto apresentou então a sua perspectiva de uma “Universidade e Desenvolvimento Regional: Novas Realidades, Novos Desafios”. Para o docente, o papel da UBI tem sido fundamental área. Isto porque, a instituição covilhanense tem conseguido criar “um sistema regional de inovação de base científica e tecnológica, o qual atribui uma valorização económica regional aos activos científicos”. Afirmação que se pode bem traduzir na importância que, cada vez mais, assume a formação profissional. Um dos parâmetros mais assinalados por todos os intervenientes é precisamente, o da formação profissional.
Para além de assumir-se como o principal centro de ensino no Interior, a UBI tem também conseguido desempenhar “um papel de intermediação entre a região e o exterior, em termos nacionais e internacionais”. Nesta vertente, Alcino Couto defende “um projecto universitário que funcione como âncora de um sistema regional de inovação”. Este é “o objectivo mais desejável, mas é também o mais difícil de alcançar”, esclarece o docente. Um projecto que “implica uma forte interacção entre as agendas científica e tecnológica, empresariais e públicas.” Mas se o ensino superior se quer manter na região, e com isso, assumir-se como um dos principais pólos dinamizadores de conhecimento e formação, “e logo, combate ao desemprego”, terá de existir, por parte do poder central “a consideração da dimensão regional na formulação da política de ensino superior, científica, tecnológica e de investigação”. Algo que, a não acontecer “poderá levar a uma redução da incidência territorial da rede de instituições de ensino superior públicas”.
E nessa matéria, Rogério Palmeiro, do Gabinete de Estágios da UBI lembra que, desde o aparecimento da instituição covilhanense que esta “tem vindo a desempenhar a sua missão como centro de criação, transmissão e difusão de cultura, de ciência e de tecnologia, com uma forte ênfase na promoção da qualidade do ensino, numa efectiva interligação com a sociedade nos seus vários domínios: económico, social, cultural e político”. Actualmente o Gabinete de Estágios “tem associado um observatório de emprego que lhe vai permitir “recolher informação sobre aspectos relacionados com a entrada no mercado profissional, através de inquéritos às empresas e diplomados; analisar a opinião dos alunos acerca do serviço de ensino oferecido pela universidade e acompanhar o trajecto profissional dos nossos licenciados”, sublinha.
Hoje em dia, o gabinete lida com cerca de mil empresas e disponibiliza anualmente mais de duas mil ofertas de estágio, emprego, bolsas de estudo e investigação, estágios de verão, estágios curriculares, estágios de aproximação à vida activa, estágios e programas internacionais de mobilidade.
Daí que o número de desempregados entre os licenciados “não seja muito significativo”, acrescenta Armando Nunes da Silva, delegado regional do IEFP. Este responsável apresentou na Covilhã, os mais recentes dados sobre o desemprego na região. Números que confirmam um aumento de pessoas inscritas nos centros de emprego, mas também “numa maior facilidade de entrar trabalho por parte de que possui uma licenciatura”. Na Região Centro, existiam, em Dezembro de 2008, 62739 desempregados. Cerca de dez por cento desta população é licenciada. “Contudo, há que assinalar que as pessoas com formação superior são as que mais facilmente encontraram emprego”, sublinha Armando Nunes da Silva
Coimbra é o distrito com mais desemprego, com 24,4 por cento dos mais de 62 mil desempregados a residirem aí, segue-se Aveiro, com 22,7 por cento e Viseu, com 17,2, seguido depois por Leiria, com 13,5 por cento. Castelo Branco, com 12,7 por cento e Guarda com 9,5 pontos percentuais, são os distritos onde ainda existem mais postos de trabalho. Para mudar este cenário, o responsável da Delegação do Centro do IEFP alerta para a necessidade de “um reforço nas qualificações e na preparação do futuro”. Segundo Nunes da Silva, “a nossa taxa de licenciados continua a ser baixa e ainda pode duplicar, mas para além disso há também que apostar na qualificação profissional dos desempregados”, afirma.


O Gabinete de Estágios da UBI foi um dos organismos em destaque nesta reunião de trabalho
O Gabinete de Estágios da UBI foi um dos organismos em destaque nesta reunião de trabalho


Data de publicação: 2009-03-17 00:02:00
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