Nos arredores de Paris

O Parkour tem uma história de pouco mais de dez anos e “nasceu” nos subúrbios de Paris, numa pequena localidade chamada Lisses, que agora é a meca da modalidade. Foi ai que David Belle e Sebastien Foucan, os dois fundadores do desporto, começaram a praticar os primeiros saltos e acrobacias, ainda durante a adolescência. Entre as suas inspirações esteve o Natural Method of Physical Culture, desenvolvido pelo francês George Hébert no inicio do século XX, a que Belle teve acesso através do pai, um soldado francês, veterano da guerra do Vietname. Daí que a palavra parkour derive da expressão “parcours du combattant”, numa referência aos percursos de obstáculos do método de Hébert.
Mais do que um desporto, o parkour também pode ser encarado como uma filosofia. Inerente à modalidade está uma nova forma de relacionamento com o espaço, utilitarista e funcional. O mobiliário urbano deixa de ser um obstáculo à movimentação, passa a facilitá-la. No entanto, foram as divergências sobre este conceito que acabaram por separar os dois fundadores. Enquanto Foucan desenvolveu uma abordagem ligada ao desenvolvimento pessoal e à estética do movimento, Belle enveredou por um parkour mais prático e físico.
Apesar dos diferendos, uma das características universais da modalidade é a liberdade. Não existem sequências pré-determinadas, cada um decide os seus movimentos e estabelece as suas rotas. O parkour adapta-se ao local e às capacidades da pessoa e é por isso que um simples banco pode ser abordado de várias formas. Outro distintivo deste desporto é a elevada carga psicológica porque exige a gestão e a superação do medo.

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