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O filósofo francês veio à UBI falar sobre os novos desenvolvimentos no mundo da moda

Lipovetsky apresenta um admirável mundo da moda

O pai do conceito da “hipermodernidade”, Gilles Lipovetsky, esteve na UBI. Este filósofo que tem dedicado grande parte da sua obra ao mundo da moda, do consumo e da transformação social veio fechar o ciclo de conferências promovidas no âmbito do Move’08.

> Eduardo Alves

“Está na hora de mudar”, de mudar de estratégias, de mudar de pensamentos, de mudar a forma como se cria e produz no mundo da moda. Quem o diz é Gilles Lipovetsky, filósofo francês e professor na Universidade de Grenoble, que esteve na UBI para falar, entre outras coisas, sobre a “moda hipermoderna”.
Autor de obras como “A Era do Vazio”, “Do Luxo Sagrado ao Luxo Democrático” e “O Império do Efémero: a Moda e seu destino nas sociedades modernas”, é considerado uma das mais proeminentes vozes nesta área. Mas também um dos poucos filósofos a desenvolver trabalhos de investigação nesta área.
Foi para um anfiteatro repleto de ouvintes que o teórico acabou por explicar os mais recentes desenvolvimentos no mundo da moda, num mundo onde “muitas vezes, não basta apenas criar, mas também tem de se saber gerir e mudar”. E a principal transformação que actualmente pode ser apontada nesta área é precisamente “a alteração dos tradicionais calendários”. Até há meia dúzia de anos “existiam duas colecções, as marcas apenas se preocupavam em produzir roupa para a época de Outono/Inverno e Primavera/Verão”. Todo esse universo “está hoje ultrapassado”, garante o filósofo. Com a chegada ao mercado “de empresas como a Inditex, com grandes grupos de roupa, toda esta situação se altera”. Lipovetsky fala assim “na moda hipermoderna”, na moda “que semana a semana apresenta novidades”.
Mas para além de toda uma transformação de fundo “no que respeita ao mercado” existem também outras consequências associadas. Para o professor da Universidade de Grenoble, aquilo que também está a acontecer nesta área “é a massificação da moda, a abertura das grandes casas e das colecções de renome a todos”. Variantes que se justificam “quer pela maior produção das casas que adoptam diferentes posturas, como a de promoverem marcas de topo e também marcas bastante acessíveis”; e por outro lado “temos hoje a abertura das marcas consideradas de elite, a todo o mundo”. Lipovetsky, nesta área, aponta um exemplo muito concreto, como é o caso da Chanel, cujo responsável “há bem poucos anos afirmava nunca ser necessário à marca fazer qualquer tipo de publicidade”. Aquilo que hoje esta e outras entidades da moda fazem “é promover a sua imagem por todo o mundo, com grande budgets publicitários”, afirma.
Num outro sentido, Lipovetsky falou também da mulher moderna, num seu terceiro sentido. Hoje o papel feminino divide-se entre o trabalho, a família e a beleza. Toda esta transformação social ganha maior relevo com os desafios profissionais e sócias que hoje se enfrentam. Para o orador, “cada vez mais a mulher acaba por optar por uma carreira, em detrimento de uma família”.


O filósofo francês veio à UBI falar sobre os novos desenvolvimentos no mundo da moda
O filósofo francês veio à UBI falar sobre os novos desenvolvimentos no mundo da moda


Data de publicação: 2008-12-16 00:05:00
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