Museu desvenda segredos de férias

Decorre até final de Agosto um atelier de expressão plástica no Museu dos Lanifícios da UBI. Uma actividade destinada às crianças em férias que lhes permite o contacto com este espaço cultural e com diferentes actividades lúdicas.

Ana e Margarida empenham-se afincadamente para juntar dentro de pequeno recipiente beije, milhares de pedaços de papel de jornal que saíram do velho triturador. Munidas de aventais de plástico as restantes meninas que compõem o grupo vão assistindo à tarefa.
É numa sala da Real Fábrica Veiga, um dos pólos do Museu de Lanifícios da UBI que Maria João Silva conduz mais um atelier de férias. Esta professora de Artes Visuais na Escola Pêro da Covilhã é que conduz mais uma iniciativa que o Museu de Lanifícios da UBI acolhe. Até ao final do mês, todas as tardes, as portas do museu abrem-se para acolher as crianças dos quatro aos doze anos que queiram vir participar nestas actividades.
Actividades diferentes daquelas que o programa escolar impõe podem agora ser desenvolvidas. Num tempo em que “as crianças ficam em casa a jogar consola ou a ver televisão”, esta iniciativa aparece como alternativa a isso mesmo, garante a professora.
O espaço destinado a esta verdadeira oficina de transformação “onde tudo é aproveitado para dar forma a novas coisas”, começa já a ficar apinhado com os objectos construídos pelas crianças. Uma velha lata de bolas de ténis dá corpo a uma nave espacial que um dia, quem sabe, pode chegar à lua de papel, construída sobre uma velha bola de futebol. Para tal é preciso dinheiro, mas ao que parece as crianças estão dispostas a poupar e de um pacote de leite surgiu um mealheiro.
Maria João Silva explica que “todo o mais recente trabalho que tenho desenvolvido quer com professores, quer com crianças passa pela reciclagem e pelo facto de lhes despertar mais a consciência para a necessidade de proteger o ambiente”. Desta forma, todo o tipo de objectos ganha uma nova vida nestas salas. O papel de jornal é reciclado e dá lugar a um fio de pescoço que conta também com as palhinhas dos pacotes de sumo, as garrafas de água servem para dar forma a estradas, candeeiros e outros objectos e até “vamos construir um tear pré-histórico com pedras e fios que fazem uma trama e dão origem a um tecido”, acrescenta esta docente que no ano passado esteve a orientar um atelier similar na Escola de Belgais.
Para além destas actividades, as crianças que participam nestes ateliers têm também a oportunidade de visitar o museu e tomar contacto com o espaço e com os objectos que deram vida à indústria têxtil. No final da semana, a organização conta promover uma exposição com todos os trabalhos realizados pelas crianças, a qual deve contar também com a presença dos pais.