Bombeiros da Covilhã gastaram mais 25 mil euros em gasóleo

Os combustíveis aumentam, mas desde 2006 que o Governo não actualiza o valor pago por quilómetro no transporte de doentes. O que “faz mossa” nas contas da corporação covilhanense.

Os combustíveis não param de aumentar e há mais de ano e meio que o Governo não actualiza o valor por quilómetro pago aos bombeiros para o transporte de doentes. Para já, na Covilhã, a situação ainda não é crítica, mas preocupa a direcção.
“Isso tem de se sentir forçosamente. Pagamos o litro mais caro e é público que os combustíveis têm subido muita vez e muito. Isso faz mossa nas contas”, refere Emídio Martins, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Covilhã.
A última vez que o preço por quilómetro foi actualizado aconteceu em Outubro de 2006, quando foi fixado em 40 cêntimos. Daí para cá o valor do gasóleo aumentou substancialmente. A verba transferida pelo Governo relativa ao transporte de doentes é mesmo a maior parcela no financiamento dos bombeiros. Ao canalizar mais dinheiro para combustível, a corporação fica com os recursos mais limitados para investir no corpo operacional.
“Era bom que o preço por quilómetro pudesse ser revisto, para as associações poderem respirar um pouco melhor”, augura Emídio Martins. Aumentar o preço não depende da corporação, uma vez que isso é acordado com o Governo. A solução pode passar pelo aumento dos serviços particulares. Embora, para já, os Bombeiros da Covilhã não o pensem fazer.
“Aumentámos há um ano mas esses transportes não são significativos. Não são muitos. E queremos a todo o custo tentar não os onerar”, salienta o presidente da direcção.
Emídio Martins frisa que os apoios são cada vez menores e as despesas cada vez maiores. Como as que têm com os seguros, viaturas, combustíveis, com os salários ou as inspecções técnicas dos veículos duas vezes ao ano, antes suportadas pelo Governo. “Há um acréscimo de custos”, realça.
Por ano os Bombeiros Voluntários da Covilhã gastam cerca de cem mil litros de gasóleo por ano e os aumentos consideráveis fazem-se sentir. No último ano a corporação gastou com a mesma quantidade de combustível mais 25 mil euros. O que se traduz em preocupação, já que menos verbas existem para outras despesas necessárias.
Da Câmara da Covilhã os bombeiros recebem seis mil euros mensais. Emídio Martins diz que existem também alguns donativos de particulares, que oferecem pequenas quantias. Noutros casos as ajudas são mais significativas. E destaca ambulância encomendada, com todo o equipamento necessário, oferecida pelo empresário António Lopes. Tal como as viaturas oferecidas nos dois anos anteriores por Paulo de Oliveira e Pedro Paiva.
A Liga dos Bombeiros Portugueses frisa que diariamente as associações que representa fazem 20 milhões de quilómetros para transportar doentes. E sublinha a situação de “ruptura” em que algumas se encontram devido aos aumentos sucessivos dos combustíveis. Segundo o presidente desta entidade, devia ser atribuído, “pelo menos, 50 cêntimos por quilómetro”.
Os Bombeiros da Covilhã fazem na totalidade entre 20 e 30 serviços por dia. A maioria de transporte de doentes.